Regresso às aulas ou ao endoutrinamento?

 Regresso às aulas ou ao endoutrinamento?

«Foi nas universidades que a religião woke nasceu. Nas faculdades de Letras e Ciências Humanas, o êxito das ideias woke foi fulgurante. As investigações sobre género, raça, interseccionalidade, o descolonialismo e outros “estudos do ressentimento”, ocupam quase todo o espaço e conduzem a uma acusação de toda a cultura ocidental.

As vozes dissidentes são raras e as ameaças de banimento ou de “morte social” desencorajam muitos colegas: nunca é muito agradável ser apelidado, nas redes sociais ou na vida real, de “transfóbico”, “sexista” ou “racista”.

Também nas Faculdades de Ciências e de Medicina, a cultura woke está a ganhar alcance. Os cientistas esperam poder continuar a trabalhar nos seus laboratórios e ser poupados. Mas os que conheceram ditaduras totalitárias sabem que é um erro, e que as ciências serão brevemente atingidas. Parece que a destruição da razão e da ciência é actualmente um dos objectivos essenciais dos wokes. É preciso reagir depressa, antes que seja tarde demais». (…)

«Já não parece ser possível reformar as faculdades de Ciências Humanas a partir de dentro: o controlo pelos pares já não funciona. As universidades já não cumprem a sua função: preservar e transmitir o nosso legado cultural, promover o conhecimento, formar espíritos livres e cultivados.

Estão, hoje em dia, assanhadamente empenhadas em destruir aquilo que herdámos, em promover um recuo na ciência e em formar militantes pouco cultivados e dogmáticos. Será sem dúvida preciso reconstruir um sistema universitário alternativo.

Entretanto, seria bom que os políticos se empenhassem em proteger as liberdades académicas, que correm sério perigo, nomeadamente ao garantir a liberdade de expressão aos docentes universitários “dissidentes”, na medida em que a religião woke impõe cada vez mais sobre as nossas democracias e em toda a cultura ocidental».

O endoutrinamento da juventude já não se limita ao mundo universitário, visa actualmente o ensino primário e secundário. Aconteceu primeiro nos Estados Unidos e no mundo anglo-saxónico e está actualmente a acontecer noutros países, nomeadamente Portugal. Querem formar as novas gerações mais maleáveis, por isso dão primazia aos infantários e às escolas, locais onde é mais fácil promover a ideologia do género.

«Os anos da escola primária e secundária são neste momento anos de endoutrinação contínua por professores que, por seu turno, já foram convertidos ao wokismo na universidade. (…) Neste esforço de endoutrinação, as indústrias culturais, querem ter o seu papel a desempenhar. Vimos a empresa Disney a defender a teoria do género, depois de o ter feito pela teoria crítica da raça.»

A responsável congratula-se por ninguém a ter travado e vangloria-se por nos parques Disney ter eliminado todas as referências a “senhoras e senhores”, “meninas e meninos”. Recordemos que os principais espectadores da Disney são crianças dos dois aos dez anos.

A vaga woke parece estar fora de controlo, os meios de comunicação social e a publicidade, as indústrias culturais e as grandes empresas, não desistem de expandir o wokismo.

Porém, outros ventos se levantaram e o alerta foi lançado no ocidente, pelo que já existem muitos movimentos empenhados em apelar para esta realidade disforme e distorcida que mina a sociedade europeia.

Curiosamente a China não se deixou influenciar e a televisão até proibiu a exibição de cantores “demasiado efeminados” ou “demasiado maquilhados”, de forma a respeitar as “normas de beleza correctas”.

«Na Rússia, Vladimir Putin aplica-se a utilizar as ideias woke contra o ocidente e aproxima o wokismo dos inícios da revolução bolchevique, que pregava “a destruição dos valores seculares, da fé, das relações entre pessoa até ao abandono da família. E não hesita em servir-se da crítica do wokismo como protesto na sua guerra contra o mundo ocidental».

Dizer simplesmente não à religião woke, defender a realidade biológica e antropológica, acreditar no conhecimento científico objectivo e na sua evolução, é defender a nossa herança cultural, a de Atenas e de Jerusalém, a do Renascimento e do Iluminismo, numa palavra é reafirmar o valor da Civilização Ocidental.

Nota: texto inspirado no livro de Jean-François Braunstein – A Religião Woke.

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