Opinião: Pare, escute e pense

 Opinião: Pare, escute e pense
João Paulo Marrocano

O tempo corre depressa. Dezembro vai já a meio, o Natal aproxima-se e o ano finda. Este é, por regra, tempo de fazer uma reflexão da vivência ocorrida durante o ano inteiro. Também no Natal, que infelizmente não é todos os dias, o nosso subconsciente remete-nos para um despertar de sentimentos que raramente estamos predispostos a aceitar durante o resto do ano. É o tempo da azáfama entre compras de última hora, sejam elas prendas ou ingredientes para a consoada. No meio da correria encontramos uns minutos livres para um telefonema aos amigos e familiares com quem não falamos desde o Natal passado.

Numa época em que o consumismo selvagem se sobrepõe ao essencial, temos todos assistido a um anúncio publicitário que nos remete para o pior da humanidade. Uma criança apenas se mostra realizada perante a realidade virtual, descartando escandalosamente todo o esforço, carinho e empenho dos seus progenitores. Será que a tradição, a família, os afetos e humanidade estão condenados à substituição pelo fútil, surpléfuo e descartável? Provavelmente sim. Cada vez mais a sociedade parece trilhar o caminho da indiferença, do egoísmo e do pensar apenas em si próprio.

É, ou deveria ser também, tempo de parar, respirar fundo e perguntarmo-nos qual o nosso papel no mundo. Somos, é certo, uma mera gota num gigantesco oceano de mais de 7000 milhões de almas, mas sem cada um de nós, o “oceano” não está completo. Temos por isso o dever, de mesmo fazendo parte dessa imensidão, não perder a nossa identidade individual. Temos por isso, a obrigação de optar entre ser a gota que corre ao sabor das ondas, ou a gota que teima em ficar ao sol e teimosamente se transforma em sal, sal que tempera a vida da humanidade.

A nós, e só a nós, compete tomar a cada instante da nossa vida a decisão de sermos senhores do nosso próprio percurso de vida, conduzindo-a com a melhor das sabedorias e assumindo o risco do percurso tomado ou refugiarmo-nos na mera condição de passageiro, atirando para cima dos outros o prejuízo dos nossos fracassos.

A todos os leitores desejo um santo Natal.

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