O Papa Francisco visitou a terra de Abraão

 O Papa Francisco visitou a terra de Abraão

O Papa Francisco realizou a sua 33ª Viagem Apostólica fora da Itália e a primeira pós-pandemia, ao Iraque, entre 5 e 8 de Março, de 2021.

Nesse fim-de-semana os nossos corações, em uníssono e em oração, viajaram de Roma a Bagdad, e também acompanharam as infindáveis visitas que o Santo Padre fez de helicóptero para Najaf, Nassiriya situada na Planície de Ur, Erbil, Mossul, Qaraqosh.

Foi a primeira vez que um pontífice visita este país muçulmano, maioritariamente xiita, onde existe uma importante comunidade cristã, mas onde reina uma grande instabilidade e os atentados terroristas são  um perigo sempre presente.

O nosso amor à Igreja constitui um dos fios condutores dos cristãos e no âmbito deste amor não pode faltar o amor ao Romano Pontífice. O Papa, seja ele quem for, é Pedro e, por consequência, é o caminho seguro para chegar a Cristo. Omnes cum Petro ad Iesum per Mariam. «Obrigada, meu Deus, pelo amor ao Papa que puseste no meu coração» (Caminho ponto 573).

O fervoroso amor ao Papa é um dom de Deus, que temos de saber agradecer. Ainda que o possamos cultivar para poder crescer no nosso coração não deixa de ser, em última análise, fruto da acção do Espírito Santo que é a alma da Igreja e quem põe a semente da unidade no coração de todos os cristãos.

“Sois todos irmãos” foi o lema desta visita, cujo logotipo mostra o Papa num gesto de saudação ao país, representado com o mapa e os seus símbolos, a palmeira e os rios Tigre e Eufrates, uma pomba branca, com um ramo de oliveira no bico, símbolo de paz, voando sobre as bandeiras da Santa Sé e da República do Iraque. Por cima da imagem está o lema da visita em árabe, curdo e caldeu. 

Mensagens de amor, de paz e de tolerância foi o mote desta viagem apostólica, a qual o Presidente do Iraque, Barham Salih, de origem curda, considerou muito significativa e também com um forte pendor histórico para todos os iraquianos.

Francisco foi como peregrino de paz pedindo fraternidade, animado pelo desejo de rezarem e caminharem juntos, incluindo os irmãos e irmãs de outras tradições religiosas, sob o signo do pai Abraão que reúne numa única família muçulmanos, judeus e cristãos.

Os cristãos do Iraque, cerca de 500 000 na actualidade, após as perseguições do EI, são uma parte originária da história e cultura deste país, conservando muitas tradições ancestrais, como o idioma caldeu, procedente do aramaico e que ainda é falado pelas famílias cristãs de Nínive.

A Mesopotâmia foi o berço da civilização e das religiões, motivo pelo qual o actual presidente considera urgente a coexistência pacífica e muita união, para juntos poderem fazer face ao extremismo e ao terror que se tem abatido sobre eles.

Daí que o amor à Igreja seja uma força que estimula o cristão no caminho da santidade e no apostolado, nas próprias realidades temporais, nas periferias, nas zonas mais flageladas onde o sofrimento é uma constante, onde a tribulação não cessa de os fustigar, pois é aí onde a Igreja tem o seu ponto de inserção no mundo para o santificar a partir de dentro. O Santo Padre pediu orações para esta sua viagem, eu rezei, as minhas amigas rezaram e, todas juntas, acompanhámos em espírito este abençoado caminho de santidade.

*Suzana de Oliveira – Professora

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