Dia Mundial dos Pobres

 Dia Mundial dos Pobres

Na Eucaristia Solene no dia de Todos os Santos, escutámos no Evangelho o texto das bem-aventuranças.

A Igreja, mãe e mestra, propõe-nos este texto para vivermos o caminho do céu e imagem e semelhança que cada criatura tem de Deus, a santidade.

Na versão de São Mateus (Mt 5,3), a 1ª bem-aventurança é «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus». Viver a condição do pobre, isto é, diante de Deus somos sempre pessoas necessitadas da salvação de Deus, do seu amor, perdão, graça, providência… e, diante dos irmãos, somos sempre carentes da caridade que é presença, partilha de vida e de bens.

Os pobres em espíritos são aqueles que trabalham como se tudo dependesse deles, mas sabem-se provisórios, carentes dos dons de Deus e necessitados da fraternidade cristã que nos tornou família pelo batismo.

Assim, a humildade da 2ª bem-aventurança consiste em sabermo-nos colocar diante de Deus, Criador e Redentor nosso, e diante dos irmãos. Perante o próximo, não se pode ficar indiferente quando este apresenta dificuldades… o chorar da 3ª bem-aventurança é o compromisso a que somos chamados com os mais vulneráveis. Não se trata só de encontrar soluções mediáticas para os casos particulares, mas “a fome e sede de justiça”, 4ª bem-aventurança, exorta-nos que organizemos a nossa ação e criemos estruturas que promovam constantemente o atendimento aos pobres.

Certamente haverá muitos erros, mal-entendidos e até conflitos, mas o caminho do céu é vivido na misericórdia de Deus, restauradora do coração humano e fonte de inspiração na vivência da divergência pastoral e a fraternidade. Tudo isto, trará ao crente um coração melhor, mais puro (6ª bem-aventurança).

Uma pessoa boa, pura, há-de promover sempre a paz do coração (7ª bem-aventurança). A 8ª e 9ª bem-aventuranças falam-nos da crítica miudinha formulada constantemente dento da comunidade ou na perseguição por parte daqueles que são contra as obras da fé: não esperemos palmas e louvores porque haverá quem procure destruir as obras da fé.

O Papa Francisco escreveu uma mensagem para o “Dia do Pobre” a ser celebrado dia 17 de novembro: “A oração do pobre eleva-se até Deus (cf. Sir 21, 5)”.

O nº 8 desta mensagem recorda o testemunho da Madre Teresa de Calcutá que é modelo do crente que se sente pobre para cuidar dos pobres e vive a sua e a pobreza dos irmãos a partir da oração:

«sou apenas uma pobre freira que reza. Ao rezar, Jesus põe o seu amor no meu coração e eu vou dá-lo a todos os pobres que encontro no meu caminho. Rezai vós também! Rezai, e sereis capazes de ver os pobres que tendes ao vosso lado. Talvez no mesmo andar da vossa casa. Talvez até nas vossas próprias casas há quem espera pelo vosso amor. Rezai, e abrir-se-ão os vossos olhos e encher-se-á de amor o vosso coração».

Madre Teresa de Calcutá

Rezemos para que quando formos convocados para atender os mais pobres no nosso contexto vital ou nos peditórios (Cáritas, Banco Alimentar, Vicentinos…) podamos dar com a alegria, sabendo que quem ajuda o pobre, atende Deus que vive no seu coração.

*P. Virgílio Martins

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