Celebrar o Natal de Jesus sem Jesus

 Celebrar o Natal de Jesus sem Jesus

Dom Antonino Dias

É ESQUECER O ESSENCIAL

Como peregrinos da esperança, aguardando a sua última vinda, festejemos com Jesus a celebração do seu Natal.

Com alegria, cantemos glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!

Escancarando-lhe as portas do coração, cada pessoa e cada família experimentará a alegria do encontro com Ele e consigo mesma.

É nesse “diálogo orante, de coração a coração, com Cristo vivo e presente”, que tudo na vida adquire mais sentido, não só na vida pessoal e familiar, também no relacionamento de uns com os outros, dando as mãos na construção da civilização do amor, da paz e da justiça.

Quando a luta pelos interesses pessoais, as guerras de poder, os discursos de ódio, a violência, a fome, a injustiça, a perseguição e toda a negação dos direitos humanos têm prioridade e prevalecem, prova-se à saciedade quão longe se está de entender a pessoa e a mensagem de Jesus.

O mundo ainda não entendeu, não quer entender! No entanto, com ternura e simplicidade, tal como o contemplamos no presépio, Jesus não desiste de nós, continua a propor-se a todos como o caminho a verdade e a vida. E, na verdade, não há outro nome pelo qual possamos ser salvos (cf. At 4,12).

O Papa Francisco, falando desta sociedade líquida, cada vez mais narcisista e autorreferencial, anti coração, insiste na urgência de se recuperar o que é “importante e necessário: o coração”.

Em vez de o desvalorizar, preferindo, sobretudo, conceitos como razão, liberdade e vontade, precisamos de “voltar ao coração”, de reconhecer o valor do amor, de falar e agir a partir do coração, de amadurecer e curar o coração.

É no coração que a pessoa encontra “a fonte e a raiz de todas as suas outras potências, convicções, paixões e escolhas”.

E o Coração de Jesus, também centro do seu ser e cheio de amor divino e humano, é “a mais alta plenitude que a humanidade pode atingir. É aí, nesse Coração, que finalmente nos reconhecemos e aprendemos a amar”.

Que neste Natal, cada pessoa, cada família, cada instituição e cada comunidade, sinta a beleza e o verdadeiro sentido do Natal de Jesus, se deixe envolver pelo seu amor e aceite o desafio do Papa Francisco para que se recupere e cure o coração, pois, se não tivermos amor, nada somos.

Feliz Natal para todos!

Feliz ano 2025, Ano Jubilar!

Dom Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco

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