Ágape: O amor transformador

 Ágape: O amor transformador

Padre Luís Manuel Bairrada

O amor é uma das realidades mais profundas e universais da existência humana. Com este termo, designamos o laço de afeto que nasce do apreço por algo ou alguém.

Falamos de amor à profissão, de amor à pátria, de amor entre amigos, entre pais e filhos, entre cônjuges, de amor ao próximo, de amor a Deus.

Nós usamos uma única palavra, mas os gregos antigos usavam termos diferentes para se referirem ao amor, consoante o tipo de relação.

Assim, os filósofos gregos clássicos, como Platão ou Aristóteles, empregavam palavras como: eros, philia, storge, philautia e agape. Eros, para o amor apaixonado; philia para o amor de amizade ou fraternidade; storge para o amor das relações familiares, por exemplo, entre pais e filhos; Philautia, por outro lado, implica a reconciliação com o que se é e com a própria existência; Ágape para descrever um tipo de amor incondicional e reflexivo, em que apenas o bem-estar do ser amado é tido em conta.

A Bíblia emprega três destas palavras: eros, philia e ágape.

Eros, por exemplo, no livro Cântico dos Cânticos; Philia para falar da relação entre os apóstolos ou entre os primeiros cristãos.

O termo ágape é reservado para o amor supremo, sobrenatural, o mais profundo. Quando S. Paulo, na sua carta aos Coríntios (capitulo 13), faz a sua bela descrição do amor, o termo que utiliza é precisamente ágape.

Denota um amor diferente dos outros, não é um sentimento, mas uma opção, uma decisão, que somos livres de escolher ou rejeitar. É um amor sacrificial, que sofre de bom grado o desconforto por causa do outro e não espera nada em troca.

O amor não passa fatura nem espera recibo. Este é um tipo de amor que une e cura. Permite ao ser humano realizar-se, porque é um amor que nasce da vontade e cresce graças a renúncias pessoais em prol do ser amado.

Ágape é o amor de Deus cuja maior expressão vemos através de Jesus, que salva e restaura a humanidade com a sua entrega total na cruz.

O amor é a força que acende a nossa força de vontade interior, permitindo-nos libertar apegos, abandonar atitudes ou rotinas negativas. O amor desvia o nosso foco de nós próprios para nos focarmos nos outros.

*P. Luís Manuel Bairrada

Para si... Sugerimos também...

Deixe o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscreva a nossa newsletter