X Encontro das Famílias em Roma: FamilyRock

 X Encontro das Famílias em Roma: FamilyRock

O Jornal de Proença publica a entrevista a um casal espanhol, Eduardo e Mónica González Soriano, sobre acompanhamento pós-matrimónio.

Que projeto é este do FamilyRock?

ES

FamilyRock é um projeto para acompanhamento dos primeiros anos de matrimónio. Utilzamos este nome não por sermos uma banda de rock, mas sim uma referência à família construída sobre a rocha. Então, de uma forma juvenil, simples e atrativa, tratamos de chegar aos recém-casados, com materiais que enviamos por correio eletrónico, para que possam receber e fazer em família o que propomos.

MS

Este projeto tema como base o capítulo 6 da AL. Quando foi publicada a AL, começámos a trabalhar todo o tema do Capítulo 6 e a produzir material para o projeto.

Qual a importância de acompanhar os noivos depois do matrimónio?

ES

Os cursos pré-matrimoniais são extremamente importantes, e em Toledo vimos um problema: os casais casavam-se e iam muito contentes. Mas o problema era esse: iam. Assim, criámos o FamilyRock.

MS

É importante porque sentimos que os casais jovens estão muito sozinhos na Igreja. Queremos incorporar-nos, mas o que há são grupos de casais mais velhos, e encontrámo-nos muito sós. E é muito importante acompanhar, porque são anos muito delicados. A estatística diz que 50% dos divórcios acontecem nos 5 primeiros anos, e este número está a aumentar. São anos delicados, em que o casal se encontra, cria um projeto comum, começamos a viver juntos, a lidar com questões como famílias de origem, a economia familiar, a educação dos filhos, ou coisas como a infertilidade, abortos, outras doenças… e precisamos de alguém, como dizia o Papa Francisco na AL que nos faça conscientes da importância do matrimónio, interiorizar o que significa o matrimónio.

E é importante que os casais não enfrentem essas dificuldades sozinhos?

MS

É claro que necessitamos da comunidade, da Igreja, porque sozinhos não somos capazes. Nós experimentámos isso, precisamos da nossa comunidade, da nossa paróquia, de casais que nos acompanhem, que nos possam abraçar, ajudar quando temos uma dificuldade.

ES

Não só casais jovens, do nosso grupo, mas casais mais velhos, que já tenham passado pelos problemas que estamos a passar, e nos possam ensinar e ajudar.

Mas pode haver dificuldades das famílias se abrirem… como as podemos sensibilizar para isso?

MS

Primeiro que tudo, têm de ser capazes de se abrir um com o outro. Depois, convidar os sacerdotes para irem a suas casas. Se tiveres intimidade com um sacerdote,

ES

Se conheceres um pouco a parte informal de um sacerdote, a confiança flui e depois é mais um amigo

MS

Frequentar a Igreja, rodear-se de amigos… claro que, num primeiro momento, é difícil abrir o coração. Mas por isso é preciso que haja outros momentos mais informais, de convívio, para ganharmos a confiança para nos abrirmos.

ES

Outra coisa, que também falámos no nosso testemunho, é que quando te dás conta que o casal do teu lado passou pelo mesmo que tu, não tenho nenhum problema em falar com eles.

E têm feedback desse vosso projeto?

MS

Sim, muito. O projeto é enviado a todos os casais que frequentam os cursos de preparação para o matrimónio na diocese, e começam a receber mensalmente. Claro que o ideal depois é a criação de grupos com esses casais para que o caminho continue. Temos testemunhos de casais que foram salvos por este acompanhamento, que perceberam que o que se passava com eles era normal, e que não estavam sós.

ES

Já se criaram vários grupos a partir deste projeto, e estão contentes porque sabem que não seriam os mesmos se não fossem acompanhados.

É também algo necessário para os filhos e a própria Igreja…

MS

Sim, por isso é que acho que é muito importante que a Igreja nos permita sermos fecundos aqui, que nos incorporem nas paróquias, nos movimentos… nós podemos ser luz, esperança, podemos acompanhar, ter a nossa pastoral e é essencial sentirmo-nos integrados na Igreja.

Esse é o principal desafio, porque nem sempre há essa preocupação…

MS

É muito importante que, nas paróquias, os sacerdotes e os casais mais velhos convidem constantemente estes casais mais jovens, que aproveitem os batismos dos filhos, as Primeiras Comunhões, esses momentos, para poderem chamar e convidar os casais jovens a ficarem na Igreja e a participarem.

Se a Igreja ficar à espera…

ES

Não vai dar, temos de ser nós, a Igreja, a ir ao seu encontro.

É uma mudança de mentalidade que é preciso fazer?

ES

Sim, há que evangelizar, sair à rua, levar o nosso rosto de felicidade do matrimónio.

MS

E a Igreja tem de estar perto dos casais jovens nas paróquias para ir ao seu encontro.

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