Uma mensagem: “transformar o mundo!”

 Uma mensagem: “transformar o mundo!”
Rosa Ventura, Professora

Dia 26 de Junho é o dia de São Josemaria Escrivá, o fundador do Opus Dei e este ano celebram-se os 75 anos da chegada do Opus Dei a Portugal. Em 2028 celebra-se o centenário da Obra de Deus; é, então, uma óptima oportunidade para aprofundar a sua mensagem que – em palavras de São Josemaria – “é velha como o Evangelho e nova como o Evangelho”.

São já muitos, por todo o mundo, os que conhecem a vida de São Josemaria, a novidade da sua mensagem e os seus ensinamentos. Ele é o santo do quotidiano, da santificação no trabalho e nos deveres de cada um na família e na sociedade. É o santo que prega o serviço “com alegria e simplicidade iluminando os caminhos da terra com a luz da fé e do amor”; o amor às pequenas coisas, a atenção ao pormenor, a proximidade, o cuidado com os “da porta ao lado”. E é também o santo da grande audácia da enorme responsabilidade de cada um por todos, pelo mundo inteiro, da coragem de, como exorta São Paulo,  “viver no mundo e não ser do mundo” – ou não ser mundadano.

Alexandre Havard, no seu livro “Um Caminho Russo”, vê a sua Pátria com um olhar lúcido e crítico e a imagem que nos deixa é também o retrato da nossa sociedade: “É a ausência de Deus na vida política, na vida social, na vida profissional, na vida familiar que provocou esta grande catástrofe (que é o bolchevismo). Somos todos responsáveis. Pensamos que a santidade no mundo é um sonho impossível. Pensamos que a perfeição cristã através das atividades quotidianas é uma quimera. Levamos uma vida de uma mediocridade moral e espiritual estrondosa. Troçamos de Cristo quando Ele nos diz: «Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito». Desfiguramos o Cristianismo a tal ponto que os demónios parecem mais apresentáveis, mais atraentes, mais verídicos que os filhos de Deus.

Procurar a santidade na vida quotidiana; no quartel, na universidade, na fábrica, na oficina, nos campos, no lar. Santificar o trabalho, santificar-se no trabalho, santificar os outros com o trabalho. Pôr Cristo no cume de todas as actividades humanas. Converter a prosa de cada dia em verso heróico. São as palavras de Escrivá. Esta mensagem, afirma, é “velha como o Evangelho e nova como o Evangelho”. Esquecemos completamente esta mensagem, e pagamos o preço.

E mais adiante pergunta? “Como explicar o triunfo dos primeiros Cristãos no mundo? Porque se deixou de acreditar no poder da graça, no poder da ação de Deus nas entranhas da sociedade? E não é possível restabelecer esta orientação geral enfraquecida?”

Alexandre Havard, tal como tantos outros por todo o mundo, olhando para São Josemaria acreditam que é possível: “Este homem é portador de uma mensagem capaz de transformar o mundo, capaz de restabelecer o impulso original do Cristianismo. É Deus que lhe comunica esta mensagem no dia 2 de outubro de 1928, alguns meses antes do lançamento da «grande experimentação» estaliniana. (…) Com Escrivá todas as virtudes adquirem um novo significado, ou melhor, voltam ao seu significado original: são as virtudes dos homens e das mulheres que vivem mergulhados no mundo, porque nas coisas do mundo aprenderam a descobrir o rosto de Deus, seu Pai.”

São palavras muito duras de quem sabe o que significa viver na “ausência de Deus”, mas são também palavras cheias de esperança para todos os que acreditam que é possível “transformar o mundo”.

«Que importa que de momento tenhas de restringir a tua atividade, se em breve, como mola que foi comprimida, chegarás incomparavelmente mais longe do que nunca sonhaste?» (“Caminho”, ponto 12)

Nota: a autora escreve segundo a antigo acordo ortográfico.

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