Tese: Glifosato & flazassulfurão

 Tese: Glifosato & flazassulfurão

A tese de Cristiano Soares, doutorado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), acaba de ser distinguida pela revista científica Plants, do grupo de publicações suíço Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MPDI).

O trabalho do investigador da FCUP e doGreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável, orientado pelas docentes e investigadoras Fernanda Fidalgo e Ruth Pereira, está entre as melhores teses de doutoramento de 2022 avaliadas por este jornal científico de acesso público.

Não é caso para menos, já que, este trabalho, é um dos primeiros estudos em Portugal e no mundo que relatam os efeitos de um herbicida potencialmente mais tóxico do que o glifosato e que é apontado como potencial substituto.

“O flazassulfurão faz parte de uma família mais abrangente de herbicidas, a classe das sulfunilureias, que se reconhece não serem tão tóxicos. No entanto, a avaliação de uma bateria de ensaios ecotoxicológicos, conduzidos com espécies vegetais e invertebrados terrestres, revelou que este agroquímico era muito mais nocivo do que o glifosato”

“As concentrações testadas de flazassulfurão eram cerca de 1000x inferiores às de glifosato e incluíam a dose de aplicação recomendada, e mesmo assim, os efeitos eram bem mais significativos”.

Cristiano Soares

Além disso, estudos focados na avaliação da capacidade de retenção do solo revelaram também que o flazassulfurão, nas condições testadas, poderá representar uma ameaça para os cursos de água presentes nas proximidades dos campos contaminados.

Os investigadores da FCUP alertam, por isso, para a necessidade de estudar outros herbicidas presentes no mercado e que começam a ser utilizados em alternativa, ou em complemento, ao glifosato.

Embora o grande objetivo da Estratégia do Prado ao Prato da União Europeia seja a redução, pelo menos em 50% do uso de pesticidas, existem ainda vários herbicidas aprovados para uso agrícola e urbano, para os quais ainda existem poucos estudos acerca do seu potencial impacto ambiental”, denota Cristiano.

*Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

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