Outubro: Ide e Convidai

Tradicionalmente o mês de outubro é o mês das Missões e o mês de Maria.
O tema deste mês missionário é “Ide e convidai todos para o baquete” citando a passagem de São Mateus 22,9.
Esta passagem tem como enquadramento a Parábola do Grande Banquete, no qual Jesus afirma que o Reino do Céu é comparável a um grande banquete nupcial que o rei preparou para o seu filho. Tudo estava pronto, mas os convidados não quiseram vir porque estavam ocupados… então o rei mandou convidar todos os que os seus enviados encontrassem pelo caminho, bons e maus, porque tudo estava preparado. Dos bons e maus que vieram só foi rejeitado o que não tinha o traje nupcial adequado para o banquete.
O texto remete-nos para a promessa de salvação que Deus mantém para a humanidade. O céu e a vivência da fé deveria ser como esse grande banquete. A preparação do banquete, a aceitação e a preparação pessoal para participar no banquete, o traje nupcial adequado remetem-nos para o esforço pessoal necessário para que a fé seja vivida de forma condizente com a promessa estabelecida.
A iniciativa primeira é de Deus/Rei que envia e convida. A festa/promessa de salvação já está preparada… falta a humanidade, falta a comunidade cristã e, muitas vezes, falto eu. Quando não vivemos como batizados o nosso lugar diante de Deus, outros serão convidados para o viver. A ausência da pessoa no banquete vai destruindo a relação com Deus.
Assim, a primeira missão é o coração de cada pessoa, a começar pelo nosso. Devo aceitar o convite para o Banquete e revestir-me com o traje adequado. O traje nupcial adquire-se na vivência da fé que passa pela oração, prática dos sacramentos e prática das boas obras. Este banquete espiritual é a fonte da alegria do anúncio do Evangelho.
Depois da santificação pessoal, cada batizado transforma-se em colaborador do Rei para que outros possam participar. Esta é a segunda parte da missão.
A missão da Igreja é a Criação, nomeadamente, o ser humano nela existente. Onde há pessoas, há missão. Assim, o meu quarto, a minha casa, a minha terra, escola, trabalho, onde (con)vivo até aos confins do mundo é lugar de missão.
Na minha terra, posso ser missionário porque, quando participo no bem comum, o faço inspirado pelo amor que Deus revelou em Jesus para me salvar e a minha ação é uma resposta a esse amor. Uma vez que o nosso planeta já é, há muito tempo, uma aldeia global, posso participar solidariamente com os que estão um pouco mais longe.
A nossa comunidade cristã tem imensos projetos que, a partir da fé, procuram que a pessoa possa crescer e viver dignamente: na educação e na assistência médica e social. Nem todos correm bem, mas o Espírito Santo, a força do Amor de Deus, não deixa que a fragilidade humana, neles presentes, desvirtue o grande valor que eles trazem à humanidade necessitada de ser elevada para maior fraternidade e para Deus.
Aceitemos o desafio de participar no banquete para que nos tornemos verdadeiros missionários de Jesus.