PSD/CDS: (E) Imigração

Intervenção do Deputado Municipal do PPD/PSD Vitório Rosário Cardoso (coligação PPD/PSD e CDS-PP) no âmbito da Sessão Solene do Dia do Município de Proença-a-Nova, dia 13 de Junho de 2023
É com subida honra e real privilégio poder no Dia do Município de Proença-a-Nova representar a bancada do PPD-PSD e CDS/PP nesta nobre sessão solene para abordar este tema das Migrações.
Desde a fundação de Portugal à reconquista cristã, passando pela política de povoamento do recém-nascido Portugal naquela diagonal estratégica que vai de Caminha a Vila Real de Santo António, Proença-a-Nova tem tido ao longo dos séculos um papel que contribuiu para a fixação de população e de afirmação do Portugal livre, soberano e independente na região raiana.
Proença-a-Nova foi-se tornando ao longo dos séculos num ponto de chegadas e de partidas, numa rota de serviço hospitalário dos Templários à Ordem de Malta, de serviço à população e peregrinos.
Foi daqui, de Proença-a-Nova, que muitos e muitos dos nossos familiares partiram em busca de um Portugal grande no mundo, na dilatação da Fé e do Império, foram navegadores, soldados, missionários e comerciantes, deram do seu sangue, suor e lágrimas, demos todos por assim dizer a Portugal novos mundos ao mundo. Não só da epopeia imperial é feita a fibra das nossas gentes, decididas em sacrificar-se para melhores condições devida, muitos das nossas famílias também emigraram para todos os continentes em busca de uma vida melhor, em busca de um futuro para as gerações vindouras, por vezes nas mais duras condições e vivências. Este legado não é vergonha nenhuma pois já o Rei Dom Pedro dizia ao Primeiro-ministro do Reino, Sá da Bandeira que “não é vergonha ser-se fraco, mas sim o é vergonhoso não se querendo ser forte”.
Todo o desenvolvimento atual de Proença-a-Nova deve-se em primeiro lugar ao esforço durante séculos de todos os proencenses e seus descendentes que por amor à terra, que estando perto ou longe não desistem do solo e das gentes que nos deu vida.
Na atual conjuntura o papel dos proencenses no mundo e os seus descendentes é estratégica pois se por um lado têm de continuar a empunhar o estandarte da sua missão de ligação à terra dos seus egrégios avós, também é fundamental que Proença saiba criar condições para os acolher de volta ou simplesmente manter as linhas de comunicação abertas e as redes interpessoais à escala planetária.
Da Cultura à Economia, das Tecnologias ao Turismo, são todos os sectores que podem e devem ser alavancados por todos os proencenses quer estejam em Proença ou no mundo, é este o desígnio que acredito convictamente que estamos em concordância absoluta e sintonia nesta magna assembleia solene.
Senhor Presidente, Autoridades e o Povo de Proença-a-Nova, a grandeza do nome de Proença-a-Nova reveste-se também na arte e cultura de bem acolher quem vem de fora, seja em tempos de guerra ou de paz.

A capacidade dos proencenses de coexistirem com as antigas culturas e tradições da região que remontam ainda ao Império Romano passando pela presença dos Mouros às invasões napoleónicas até aos períodos difíceis da II Guerra Mundial, Proença-a-Nova soube cuidar de quem mais precisa, de quem vem fugido ou perseguido ao tratamento aos invasores feridos durante a Guerra Peninsular.
No dia 24 de Fevereiro de 2022 com o eclodir da segunda fase de invasão em grande escala da Federação Russa à Ucrânia o sentido humanista e solidário fez com que mais uma vez Proença-a-Nova soubesse ser o exemplo para todo o Portugal e o mundo, condenando em Assembleia a inadmissível agressão russa.
Do Executivo Municipal às Juntas de Freguesia imediatamente se prontificaram a apoiar e a integrar missões humanitárias internacionais de apoio aos refugiados de guerra ucranianos até ao acolhimento de refugiados em Proença-a-Nova onde também é mais do que meritório enaltecer o papel coordenador do Padre Virgílio Martins com as diversas instituições de Proença-a-Nova e a própria população local.
Nas últimas décadas Proença-a-Nova soube integrar bem as suas comunidades imigrantes, partilhando o melhor da nossa cultura com as variadas comunidades alemã, angolana, australiana, brasileira, britânica, chinesa, filipina, francesa, israelita, japonesa, moçambicana, polaca, suíça e ucraniana, tornando-se e tornamo-nos no exemplo da diversidade na unidade.
Saber receber, saber acolher, saber chegar e saber partir, saber navegar e ir a todos os portos a onde chegámos e a outros ainda por chegar, é saber o mundo todo abarcar e nada apertar, é saber ser Proença-a-Nova no grande abraço armilar.
Por isso, desejo que os próximos anos mantenham este saber bem presente no dia-a-dia deste Município.
Viva Proença-a-Nova e todos os proencenses. Viva Portugal!
* Vitório Rosário Cardoso – Deputado Municipal do PPD/PSD (coligação PPD/PSD e CDS-PP)