Opinião: Esperança

Oliveira branco, padre e professor de filosofia, desenvolveu uma teoria no seu livro “O Brotar da Criação” no qual apresenta a pessoa humana como ser carente.
A pessoa é carente de amor, de vida com sentido, de saúde, de sonhos, de projetos vida… e enquanto ser carente espera alcançar o que deseja.
Desejamos e esperamos alcançar um bom dia, uma boa noite, um bom Natal, um bom Ano Novo, uma boa Páscoa, um bom trabalho, umas ótimas férias, uma viagem de sonho, bens materiais e espirituais (sabedoria, perfeição, realização)…
É nesta carência humana que também se desenvolve a esperança cristã.
A esperança cristã é aquela que faz sentir que a perfeição existe, que a realização plena é possível, que a eternidade é o caminho aberto pelos ensinamentos de Jesus e no qual as portagens foram pagas pelo seu sangue derramado na cruz. O que impede a realização humana é a sua finitude que se traduz, muitas vezes, imperfeição, em mal e/ou em pecado.
Os amigos de Jesus, os batizados, esperam aquilo que está além das suas capacidades humanas: da sua carência brota desejo perfeição e santidade só alcançáveis nas promessas divinas concretizadas em Jesus.
Neste ano jubilar dedicado à esperança, somos convidados a pensar nos conteúdos daquilo que nos faz esperar; qual a força que nos faz mover? Onde pomos o amor do nosso coração?
Devemos renovar essa esperança a partir da humanidade de Jesus.
Neste mundo tão fragmentado e ferido, ser esperança é um desafio; viver com esperança é um testemunho; viver sem esperança é sobreviver… arrastar-se pela vida… não acreditar que Jesus ressuscitou e é vazia de sentido a presença de Deus… estamos abandonados à nossa sorte, à lei do mais forte, do mais rico, do mais armado…
Espero que é a esperança cristã formatada pelo amor de Jesus fecunde o coração humano para que nos possamos sentir mais em paz, mais amados, mais fraternos, mais eternos.
Que o amor de Jesus nos faça viver com a esperança este ano jubilar de 2025.