O último livro que li

 O último livro que li
Maria Susana Mexia, Professora de Filosofia e Antropologia Filosófica

François-Xavier Bellamy, um jovem filósofo francês, em 2014, publicou um ensaio sobre a crise da cultura e da sua transmissão intitulado “Os Deserdados”.

– Porque é urgente transmitir a cultura.

Este livro teve um sucesso notável em França e foi traduzido em várias línguas, excepto em Portugal.

O autor lamenta a “crise de transmissão cultural, de educação, de saber estar, de pertencer, de ser e de bem ser” na sociedade, lamentando que a Educação Nacional se tenha tornado “o sistema mais desigual de toda a OCDE” e um dos maiores fracassos das nossas sociedades democráticas.

Ao questionar-se porque falha a educação, Bellamy responde sem hesitação: porque se desistiu de transmitir a tradição cultural.

O livro é claro, rigoroso e persuasivo.

Pretende não apenas oferecer uma reflexão mais aprofundada sobre a crise da educação, mas uma alternativa inspiradora para pais, professores e responsáveis pelas políticas educacionais.

É um dos livros mais valiosos sobre educação que foram escritos até agora neste século.

 É uma reflexão aguda sobre um fenómeno até então inédito na sociedade ocidental: a recusa em transmitir a própria tradição cultural às gerações futuras.

“É como se uma geração que se proibiu de transmitir não fosse capaz de entender que, ao recusar ter herdeiros, privando os seus filhos da cultura que recebeu, corre o risco de deserdá-los de si mesmos, de deserdá-los de sua própria humanidade.”

Considerando que a cultura será o ambiente onde as crianças e os jovens podem desenvolver as suas capacidades, permitindo-lhes uma formação integral que os edifique como Pessoas.

O ser humano é, por nascença um ser carenciado e limitado, que só sobrevive com a ajuda dos outros para poder desenvolver as suas necessidades primárias e básicas.

A família é esse suporte ou instituição mais adequada para suprir esta lacuna humana.

Reflectindo sobre esta leitura e quando se aproxima o Dia Mundial dos Pais, celebrado anualmente a 1 de Junho, data proclamada através da Resolução 66/292 adoptada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de Setembro de 2012, na qual se procura salientar o papel fundamental dos Pais na protecção, educação, desenvolvimento dos filhos e na formação da personalidade da criança.   

 Quais âncoras da família e base das nossas comunidades e sociedades, os pais têm o dever e a função protectora ao cuidar das crianças, educá-las, formá-las e transmitir-lhes toda uma memória de família, de tradições, de bons costumes e de valores.

Também no 1 de Junho é comemorado o Dia Mundial da Criança.

Esta efeméride assinalou-se pela primeira vez em 1950 por iniciativa das Nações Unidas, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas que as crianças então enfrentavam.

Nesse dia, os Estados-Membros reconheceram que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social, país de origem, têm direito a afecto, amor e compreensão, alimentação adequada, cuidados médicos, educação gratuita, protecção contra todas as formas de exploração e a crescer num clima de Paz e Fraternidade.

Estas duas efemérides celebradas na mesma data despertam a reflexão sobre a premência duma educação integral das nossas crianças e jovens, facto que me levou a realçar o livro em questão.

Eis, porém, que no meio destes pensamentos, leituras e escrita, me chega uma informação que, sem comentários, transcrevo neste texto, tanto mais que o seu autor apela à sua divulgação.

*URGENTE*

PEDIDO de AJUDA a ADVOGADOS

No início deste mês de maio, num domingo à tarde, acompanhada pela minha filha de 13 anos, fui passear pelo parque das Conchas, Lisboa, como aliás fazemos recorrentemente. Encontramos um grupo de homens e mulheres seminus, com maiôs, asinhas, saltos altos, redes, coleiras, que pousavam para câmaras fotográficos na mata do parque, com trejeitos, atitudes histéricas, excêntricas, de cariz sexual, erótico e pornográfico.

Assustadas descemos para o relvado do parque, onde encontrámos outros membros do mesmo grupo.

A minha filha assustadíssima pediu-me para sairmos de imediato do parque, o que fizemos tomadas de grande desconforto, medo e ofensa.

Não tirei fotografias para fazer a denúncia, pois não sei se isso é permitido.

Sei que existe a lei “Crime de importunação sexual”, pelo artigo nº170 do código penal.

Peço ajuda jurídica, pois na rua, no espaço público, não podemos ser desrespeitados desta forma.

Por favor, ajudem as famílias e as crianças.

De futuro, o que é que nós, perante uma situação semelhante, podemos fazer para nos protegermos e acionar legalmente algum processo ou mecanismo ao abrigo desta lei?

Esta lei é acionável? Ou é uma lei morta?

Por favor, elaborem uma carta tipo, ou outro mecanismo que entendam mais adequado, bem articulado e fundamentado do ponto de vista jurídico, para que qualquer família possa denunciar situações idênticas, e indicar a quem podemos enviar esta denúncia/pedido de ajuda.

Desta forma poderemos alertar, informar e proteger as famílias portuguesas que desejem ter um instrumento de denúncia destes crimes.

As famílias agradecerão.

Quantas mais famílias souberem que se podem defender e defender os seus filhos, maior será a nossa força para erradicar este flagelo.»

Fonte.

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