Maria, Mulher da Nova Aliança

No dia 15 de setembro, a Igreja propõe-nos duas festas dedicadas a Maria, Mãe de Jesus: Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora, Mulher da Nova Aliança.
Estas duas festas celebram-se no seguimento da festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz a 14 de setembro. Em Proença-a-Nova, a festa da Exaltação da Santa Cruz é celebrada no mês de maio devido à tradição.
Ao contemplarmos Cristo morto na Cruz, somos convidados também a contemplar a dor de uma mãe que vê o seu filho pregado na Cruz por morte injusta. Maria representa todos os seres humanos que se deixam afetar pelo sofrimento dos outros. Com ela, contemplamos o sofrimento das vítimas de todos os tempos.
Ela é a imagem daqueles que se sentem impotentes face às atrocidades humanas e, quando não há resposta ou solução, está presente, acompanha, chora e espera o momento de cuidar. Ela é o modelo da mãe: ainda que não entenda a vida do filho, está presente; o Amor de Mãe que nunca abandona o seu filho.
Desde o encontro com o Arcanjo Gabriel, Maria começou a fazer parte de um grande projeto de Deus: a realização de uma “Nova e Eterna Aliança”.
É na Cruz de Jesus, que se estabelece definitivamente a Nova e Eterna Aliança. Jesus ao derramar o seu sangue pela humanidade perdida na sua fragilidade, imperfeição e pecado, reconcilia o mundo com o Pai do céu.
O Sangue que perdoou o pecado de quem matou Jesus é o mesmo que perdoa todos os pecados da humanidade. O Sangue de Jesus na Cruz confirma o desígnio de Deus que quer salvar todo o ser humano, assim cada pessoa o deseje e viva o mandamento novo do amor. O Sangue de Jesus é o selo Eterno desta Nova Aliança.
Maria participa desta Nova Aliança, não só enquanto Mãe do Redentor, mas também porque testemunha e dá origem a uma nova ordem na comunidade: Jesus, na cruz, olhando a sua mãe e o discípulo amado, disse-lhes “Mulher, és o teu filho. Filho, eis a tua mãe.”
A Nova Aliança em Maria é geradora de relações novas que vão além dos laços de sangue. Há uma nova ordem estabelecida entre os crentes: uma fraternidade Cristológica.
É, muitas vezes, no meio da dor humana que nasce a vida geradora de nova vida. Aturdida pela dor de perder um filho pregado na Cruz, Maria é desafiada a viver esta Nova Aliança com os discípulos do seu filho. Quando tudo parecia um fim, dá-se um recomeço grandioso e eterno.
Maria, Mulher da Nova Aliança, ajuda-nos, no início deste ano pastoral, a fazer parte neste projeto de Deus, selado com o Sangue de Jesus, vivendo o mandamento novo do amor no vínculo da caridade.