Incêndio: Proença pede “Estado de Calamidade”

A Comissão Municipal de Proteção Civil ativou o Plano de Emergência Municipal, emitindo declaração de Estado de Alerta por causa do incêndio que começou no dia 4 de agosto, em Castelo Branco, tendo rapidamente evoluído para o concelho de Proença-a-Nova provocando um rasto de destruição em cerca de 7.000 hectares de floresta ardida e causando o pânico em diversas aldeias dos dois concelhos.
Esta segunda-feira, 7 de agosto, João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, em reunião de Câmara referiu que agora “é objetivo, em conjunto com o Município de Castelo Branco, que seja declarado o Estado de Calamidade para a zona afetada pelos incêndios para, de facto, darmos uma resposta mais rápida e mais ativa quer ao Município, mas essencialmente às pessoas e às populações”, afirmou.
Depois de terem acompanhado o evoluir do incêndio na sua fase mais crítica, durante mais 36 horas, os técnicos do Município, da área da ação social e técnica, estão no terreno para realizar o levantamento dos prejuízos nas mais de 20 aldeias afetadas pela ocorrência.
“Até à próxima quarta-feira esperamos ter realizada a avaliação criteriosa de todos os danos, ambientais, sociais e económicos, para junto do Governo traduzirmos as nossas preocupações e assim serem ressarcidas e apoiadas as pessoas. Para além de ter ardido uma casa de primeira habitação e terem sido afetadas mais três de segunda habitação, arderam muitos utensílios e alfaias agrícolas, arrumos e animais domésticos, para além de oliveiras e outras árvores de fruto e a agricultura de subsistência”
afirmou o autarca
Traduzindo a esperança que é preciso manter, “apesar de muitas vezes nos deixarmos atravessar por algum espírito de mágoa e de desânimo, o Município traduzirá sempre o apoio que está na esfera das suas competências”, garante João Lobo, relembrando que o Município “não se tem alheado de forma nenhuma relativamente à sua estratégia de desenvolvimento deste território, nas ações diretas nos condomínios de aldeia e na reconversão de áreas florestais em agrícolas junto dos aglomerados populacionais, mas também nas áreas integradas de gestão da paisagem e é este o desafio em relação à floresta que queremos traduzir e que temos feito, não deixo aqui de frisar isso, algumas vezes, eventualmente, nem sempre acompanhado pela devida celeridade das estruturas do Estado, mas disponíveis para de facto traduzir esse esforço”.
O autarca aproveitou a ocasião para voltar a agradecer a todos quantos atuaram no teatro de operações estes dias, destacando “os bombeiros, os nossos bombeiros, a direção da Associação Humanitária pelo apoio logístico, aos nossos voluntários, às populações que de forma abnegada, e muitas vezes a destempo do apoio dos bombeiros, protegeram aquilo que é seu e dos seus vizinhos, nesse espírito que também já referi de comunidade”. O agradecimento estendeu-se aos municípios vizinhos de Oleiros, Sertã, Vila Velha de Ródão e Mação e aos colaboradores do Município.
O Município informa ainda que a Zona Balnear de Cerejeira se encontra temporariamente encerrada; na Serra das Talhadas, todos os percursos pedestres (PR3, PR6 e etapas 5 e 6 da Grande Rota da Cortiçada), percursos de Enduro BTT e Via Ferrata encontram-se desativados até serem repostas as condições para a sua prática. Também o PR1 na zona da Moita foi afetado.
