Espólio de João Ramos doado ao Município
Seis anos depois do lançamento do livro “Subsídios para uma Monografia do Estreito, A Alma dum Povo”, foi apresentado no passado dia 11 de agosto, no Espaço Multiusos das Devesas Altas, o livro “Um Homem, um espólio, uma doação – João Henriques dos Santos Ramos (1954 – 2011)”, também da autoria de Leonel Azevedo, investigador natural da Cardosa (Oleiros).
Os dois volumes sustentam-se no espólio documental sobre o concelho reunido por João Ramos ao longo da sua vida, o qual será doado pela família ao Município de Oleiros.
Deve-se assim a Leonel Azevedo o estudo de cerca de 900 espécies, cerca de 1400 apontamentos que constituem parte do seu espólio.
“É com enorme orgulho que vejo a família doar ao Município de Oleiros todo este arquivo, sobre o qual há muito ainda por estudar”.
Leonel Azevedo
A apresentação pública da obra esteve a cargo de Alda Barata Salgueiro e reuniu uma plateia composta por amigos e familiares e tantos quantos se interessam por História.
Presente na ocasião, Francisca Van Dunem, ex-Ministra da Justiça, jurista e magistrada do Ministério Público, recordou João Ramos como “um homem à frente do seu tempo” no que diz respeito “às reformas que seria importante fazer no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal)”.
Referiu ainda que não estava na sessão “como amiga do Dr. João Ramos mas como sua admiradora”, visto que ambos trabalharam em diferentes áreas.
A ex-Ministra da Justiça atribuiu ao magistrado o feito de no final do Europeu 2004 “nenhum processo-crime, para além daquele que envolveu um inglês ficasse por julgar”, tendo sido uma garantia deixada pelo então Procurador-Geral Adjunto da República, João Ramos.
Na ocasião, a esposa e a filha do magistrado agradeceram de forma emocionada o facto de muitos dos estudos de João Ramos perdurarem no tempo, visto que, como a sua filha Vânia Ramos referiu, “deixou muitos documentos, mas nada escrito”.
Recorde-se que a conceção dos dois volumes teve o apoio desde a primeira hora da Câmara Municipal de Oleiros, presidida na altura por Fernando Jorge, o qual também marcou presença na ocasião.
“O Dr. João Ramos partiu muito cedo, impossibilitando-o de concluir um valioso trabalho relacionado com a história do Estreito e de Oleiros”.
Fernando Jorge
Esta é uma premissa para o atual autarca oleirense, Miguel Marques que conforme frisou naquela sessão, “continuará a honrar o passado e as suas gentes”. “Um povo sem memória é um povo sem história” e “todo o investimento na Cultura é bastante meritório“.
O Presidente da Câmara Municipal de Oleiros lembrou, por fim, outras obras que resultaram de trabalhos de investigação de Leonel Azevedo, também apoiadas pelo Município: “Foral Manuelino de Oleiros“, “Subsídios para uma Monografia do Estreito, A Alma dum Povo” ou o “Cardo“