21 de Setembro, Dia Mundial da Gratidão

 21 de Setembro, Dia Mundial da Gratidão
Maria Susana Mexia
Maria Susana Mexia, Professora

Neste dia, as pessoas são convidadas a agradecer a todos aqueles que fazem parte das suas vidas.

Este é o dia do ano para parar e refletir sobre o que de bom há na vida, um gesto simples que terá impacto no bem-estar da pessoa e da humanidade.

A sua origem foi em 1965, no Havaí, onde se realizou um encontro internacional sobre a ideia de tirar um dia do ano para agradecer formalmente por todas as coisas de bem que se encontram no mundo e também pelo próprio mundo.

A magia da gratidão, num simbólico gesto com a mão

A mão parece a extremidade vulgar dos membros superiores, mas o homem já é um animal erecto e não precisa das mãos para andar, por isso pode agarrar em tudo sem se prender a nada do que ela se apropria. Quer dizer, a mão é o símbolo mais impressionante da inteligência, o Homem deita a mão a tudo e tudo cai sob o seu domínio. É pela mão que o Homem é o artífice do mundo. A mão é a obreira do pensamento e a presença prática do seu espírito no mundo.

Ao poder agarrar tudo, a mão do Homem supõe o cérebro e liga-se a ele. Os sábios explicam como a posição vertical liberta a caixa craniana de uma espécie de jugo muscular que bloqueava o seu desenvolvimento. Suprimido este constrangimento, o invólucro protector do cérebro cortical pôde desenvolver-se. Nesse invólucro está alojado um fantástico computador vivo que contém, no mínimo, uma quinzena de milhões de células: o cérebro. É ele que torna possível o jogo indefinido de associações e de relações que a nossa mente produz e das quais se alimenta.

É ainda a mão que permite o aparecimento da face humana. De facto, sem a mão, é a mandíbula ou os queixais ou o bico ou a língua ou a garra que ataca directamente os alimentos e isso implica força e violência. Quando a mão, libertada pela posição vertical, pega nos alimentos, a face, subtraída à violência, muda de feição e humaniza-se para outras funções para além do comer. É então que a face se converte em rosto, isto é, em sorriso, em olhar e, sobretudo, em palavras de gratidão. 

O Homem não poderia pensar se não pudesse falar e não existiria reflexão se não houvesse linguagem, como também não poderia fazer raciocínios nem emitir juízos se estas duas nobres funções não fizessem dele um ser superior por excelência. Foi a liberdade da mão que tornou possível o verdadeiro pensamento, essa chispa de inteligência que o eleva da natureza animal e o caracteriza como Homem.

Tudo isto poderá parecer redundante, porém, urge esclarecer que a alma não age nem existe senão pelo corpo e para viver é preciso comer, beber, dormir, sorrir e agradecer. O Homem é um todo, uno, indivisível e imortal. Mas esta categoria da imortalidade advém-lhe do facto de ser criado à imagem e semelhança de Alguém superior, que lhe deu a vida com estas características e esta dimensão de mais. Por isso o macaco não pensa, não lhe foi atribuída esta faculdade.

E aqui reside a maravilha da Criação, seguida da complementar evolução, graças às capacidades inerentes ao Homem e ao seu potencial para as desenvolver, aumentar e criar novas dimensões de abertura ao transcendente, que longe de o aprisionar lhe abre as portas para crescer, melhorar e se divinizar na medida em que pode e sabe aperfeiçoar-se na sua humanidade, melhorar o contexto que o rodeia, fazer cultura, colaborar na civilização do mundo onde lhe foi dado nascer, viver e, a seu tempo, agradecendo, partir rumo à origem que lhe deu a vida.

Nota: Homem, com maiúscula, refere-se à espécie humana, quer dizer, todos nós, mulheres e homens estamos naturalmente abrangidos e englobados, sem necessidade de fazer qualquer referência às diferenças específicas dos sexos, que embora diferentes são complementares. Iguais em deveres e em direitos, criados por amor e para amar e não para dividir ou guerrear.

Com muita gratidão

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