2022, meu mundo, nossa Igreja: tanto mal, tanto bem

 2022, meu mundo, nossa Igreja: tanto mal, tanto bem
morreu a vida
Padre Aires Gameiro

Corro o risco de reagir como um Jeremias de lamentações por estar a passar uma crise de ciática ou lá o que é. Vou tentar desviar-me. 2022 está a ser um mundo de progresso interrogado, de governance democrática às apalpadelas, de abundâncias cheia de vazios e organizações oscilantes. Sai-se da pandemia a pôr à prova as ciências da saúde, o mundo todo em caldo de incertezas; e entra-se em guerra cruel, louca, de crise de tudo; e na Igreja as nuvens negras de abusos sexuais que pseudoelites ainda ousam lavar e vender e, ao mesmo tempo, com razão, exigir a condenação da Igreja. Há nuvens de fogo sobre os que marcham pela noite fora e o Senhor a mostrar o caminho certo (cf. Ex. 13, 21) da libertação dos males do coração e erros da mente. Isso exige renunciar aos males terrenos e voltar Àquele que têm palavras de vida eterna. Abraçar o bem com conhecimento e sabedoria no ano de 2022 falha e impede a visão de maravilhas presentes opostas ao progresso podre. Os abusos sexuais nos homens da Igreja exigem mil perdões que vão sendo pedidos por alguns a começar pelo papa Francisco. Basta?

Só parando, só curando feridas. O perdão é uma das medicinas mais eficazes. Infelizmente, nem todos pedem perdão e perdoam, nem todos param os abusos e crimes. Em pleno, só Deus perdoa e sara. As crianças continuam a ser compradas, vendidas e destruídas. E muitos acham bem. Para os que não querem parar, quem fecha as fábricas da pornografia pedófila e adulta? Se outros não são capazes ou não querem pedir, nem  receber o perdão, a Igreja peça perdão aos abusados e ofendidos e continue a oferecer o perdão e vida que Jesus mandou oferecer.

Os casos a ser conhecidos pela Comissão sobre os abusos de crianças na Igreja nem serão apenas esses nem todas as suas vítimas terão ficado destruídas. Quem saberá dos regenerados e amados por Jesus nos sacramentos da sua Igreja, santa e pecadora?

A Igreja é divina e humana, de santos e pecadores; alguns repugnantes abusadores sexuais de crianças e adultos na legalidade. A legalidade não anula a podridão. O Fundador da Igreja disse o máximo: deixai vir a mim os pequeninos, deles é o Reino dos Céus. Ninguém como Ele condenou os abusos sexuais de crianças e outros; e deu a medida da gravidade horrorosa destes abusos e crimes que as elites perdidas legalizaram para lavar tais monstruosidades. Os abusadores merecem ser deitados fora. Quem escandalizar «um só destes pequeninos…» merecerá ser lançado ao mar com mó de moinho ao pescoço. Repare-se na expressão“um só”, já é demais (cf Mt. 1-10).

Há condenações, embora justificadas, dos abusos da Igreja que deixam no ar a rejeição do todo da Igreja católica. É também pecado deitar fora o bebé com a água suja do banho. Alguns também deitam fora o próprio Jesus, Senhor da Igreja e Filho de Deus sob pretexto de tantas feridas pungentes e abusos dos membros pecadores da Igreja. Caiem na asneira de pretender resolver os males de Portugal acabando com os portugueses e os males da humanidade eliminando os homens.  Foi há 60 anos que S. João XXIII iniciou o Conc. Vaticano II. O seu lema insistia no que une a humanidade, não no que a desagrega. Quando se olha à volta neste ano 2022 para as categorias de cenas que nos sensibilizam e nos chocam, não é difícil distinguir que só o Bem une e cura. Os males agravam e separam (são dia-bólicos). O que une torna a Paz possível; o que separa semeia e promove as guerras loucas como aquelas em que vivemos. Facilmente reparamos mais nos males que no bom à nossa volta, a bondade e o belo trigo do pão de cada dia, no meio do joio. Peço desculpa por omitir tanta coisa boa do nosso mundo por falta de espaço.

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