Um Encontro Com O Livro

Que tens lido ultimamente? Se te encontrasses com um dos teus professores e ele te fizesse essa pergunta, saberias responder -lhe sem ficar embaraçado? Os livros são um importante meio de transmissão de cultura e informação, e ainda, elementos fundamentais no processo educativo. Se o nosso alimento mental se limita, à televisão, às revistas ou às telenovelas, etc., teremos razão para ficar preocupados. Tudo isso, usado com moderação, é conveniente.

Se vivemos no mundo, devemos conhecer alguma coisa do que se passa no mundo. Há, no entanto, pessoas que conservam a inteligência activa e vigorosa graças a uma criteriosa e constante dieta formativa. Há quem diga que não gosta de ler, e há quem seja aficionado por livros. No entanto acho que todos concordamos que os benefícios da leitura são inúmeros.

Há livros que podem mudar a vida. Assim sucedeu a S. Agostinho quando leu o “Hortensius de Cícero”: o livro, escreveria anos mais tarde nas “ Confissões”. Claro que nem todos os livros marcam um antes e um depois tão evidente na nossa vida. Ou nos afina a alma ou a enfraquece; abre horizontes ou estreita – os. Nem sempre é fácil encontrar livros que nos ajudem a crescer. Para isso é útil recorrer ao conselho de amigos, ou procurar referências, numa palestra, numa conversa ou noutras actividades culturais. Ao mesmo tempo, a responsabilidade na nossa formação leva a procurar ler livros de qualidade: escolher aquilo que realmente ajude a crescer, humana e sobrenaturalmente.

Quem lê tem a possibilidade de viajar para inúmeros lugares, de participar em experiências que vão além do mundo real, mas que dialogam com a realidade e permitem reflexões profundas.

A leitura proporciona-nos liberdade de pensamento, informação, criatividade e empatia com personagens diferentes. Ler diminuiu o stress diário. O abandono efectivo do homem actual é no periférico. Estamos continuamente ocupados em coisas sem muito valor. É próprio do homem cansado desfigurar os problemas e levar tudo excessivamente a sério.

Ler enriquece a vida familiar, a conversa com os amigos, pode levar-nos a criar tertúlias literárias e incentivar a importância de amar os livros. Ler também faz criar em nós um senso crítico e amplia a habilidade na escrita.

Compreender os motivos que fazem com que a leitura seja algo importante para nossa vida, faz com que o processo se torne num hábito que contribui para o crescimento e expansão dos nossos conhecimentos e do nosso interior.

A leitura também nos oferece o estímulo, a abertura e disposição para novas opiniões e pontos de vista diferentes dos nossos. Não somos donos da razão, existe muito conhecimento a ser adquirido. A partir desse momento temos possibilidade de desenvolver e melhorar as relações interpessoais. Conseguimos compreender melhor e aceitar o universo do outro, passando a respeitar o seu modo de agir.

Todos sabemos que o processo de aprendizagem do ser humano é constante e podemos aprimorar os nossos conhecimentos com valores como a amizade, o perdão, a lealdade, a humildade etc.

Interessa descobrir as luzes e as sombras de cada obra e, se for o caso, purificar algumas ideias ou propostas. Tem que haver um diálogo interior com o livro. Para o cristão o melhor modo de fomentar o sentido crítico é ler com sentido apostólico.

Escolher um livro é como escolher um amigo, com sentido de responsabilidade pelo profundo impacto que tem na formação intelectual e espiritual de cada um.

Um livro tem que ter um olhar penetrante sobre a realidade e a vida dos outros. Ao escolher o livro é bom ter humildade intelectual de reconhecer os nossos limites; não é falsa humildade, é prudência. Paremos para pensar como é que nos fazemos próximos ou distantes e sobretudo paremos para saborear o bom que é sentirmo-nos próximos de alguém através do livro. Com o livro, a abertura da alma, a amplitude de horizontes, são autênticos quando vibram com a procura e o encontro, cada vez mais apaixonados e ao mesmo tempo serenos, da Verdade e da Beleza.

Boas leituras