Três Histórias: Flauta, vara e preás
A rede social propiciou a aproximação entre as pessoas. Falamos agora com filhos, irmãos, amigos e clientes, estejam onde estiverem.
Mais que isto: com imagem! Mas nem James Bond tinha isto… Para quem não sabe quem foi James Bond, melhor nem tentar explicar.
A par do avanço e da conveniência, a tal rede social tem o dom de expor ao ridículo a vaidade e desnudar a mentira. Sempre linda!
Acabo de ler isto, como legenda de uma foto de uma senhora que na minha adolescência seria denominada como um bagulho. Cruel a adjetivação, mas tão ou mais cruel é disseminar mentiras estéticas. E não me venham com a relativização da beleza.
Entre humanos sabemos muito bem o que é uma pessoa feia e uma pessoa bonita. Os critérios não mudam muito, nem entre etnias muito diversas. Fosse um ET, ou uma ET, por certo o padrão seria outro, mas os Ets, salvo prova futura, não existem.
Para os renitentes, que ainda martelarem a relativização de beleza, declino que não comparo épocas. As rechonchudas de Velasquez pertencem ao seu tempo.
Se ainda teimarem, lembrem-se que até exposições pecuárias têm critérios para escolha dos campeões e os reprodutores mais aquinhoados pela natureza têm preços elevados.
Um touro tem sua virilidade estimada e uma fêmea é valorizada pelos atributos típicos de sua raça e sua capacidade de adaptação ao local em que viverão. Destinam-se à produção leiteira? Ao corte? O campo é de primeira? Ou melhor seria um gado zebuado?
Conheço três histórias de extermínio. Parecem absolutamente díspares, mas nada que um bom contorcionismo não contorne …
Começo pela pena brilhante de Simões Lopes Neto, o filho de Pelotas que tanta contribuição deu ao folclore gaúcho.
Romualdo, seu personagem cômico, comprou uma quinta. Seduzido pela margem sonhada com a produção de abóboras, cujas pevides venderia como vermífugo e cuja massa utilizaria para produzir goiabada, lançou sacos de semente ao solo.
O vendedor de sementes se enganara e em poucos dias o sonhado campo estava coberto de barba-de-bode. Deu um jeito convocando preás, que liquidaram com a barba-de-bode em duas semanas.
Extinta a barba-de-bode as preás bateram nas roças de milho, de feijão, … O desastre só faz crescer e Lopes Neto provoca o riso. Cada intruso coletivo é combatido por outro, que é então combatido por outro e assim corre o caso.
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O segundo caso é o do flautista de Hamelin.
A cidade de mesmo nome padecia de uma infestação de ratos em inédita extensão. Certo dia aparece um sujeito que se diz capaz de resolver o problema.
Tem uma solução e obteve a promessa de receber uma moeda por cabeça de rato eliminado. Cumpriu sua promessa. Hipnotizou os ratos com sua flauta e os mesmos se afogaram no rio Weser.
Quem desrespeitou o acordo foi a população. Recusaram pagá-lo porque não foi capaz de mostrar a cabeça dos ratos mortos.
Para vingar-se, o flautista retorna a Hamelin e encanta mais de cem crianças, que homizia numa caverna.
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O terceiro caso envolve uma vara.
Um homem habitava os sepulcros e nada o detinha. Arrebentava correntes e grilhões, clamava pelos montes e feria-se com pedras.
Quando viu Jesus, correu para adorá-lo. Jesus ordenou que o espírito imundo abandonasse o homem. Seu nome era Legião, porque eram muitos, e rogaram a Jesus que os permitissem entrar nos porcos.
Ato contínuo, despencaram-se num penhasco. O endemoniado, agora liberto, queria acompanhar Jesus, que não o permitiu. Destinou-o aos seus, para que anunciasse grandes coisas.
Um amigo me disse que a ideologia de gênero lembra um pouco a artimanha de Romualdo, a sonhar com a produção de goiabada com a massa de abóbora…
O conto dos irmãos Grimm sugere, em primeira mão, que devemos cumprir contratos. Ajoelhou? Tem de rezar.
Mas também implícita que devemos prestar atenção no flautista que promete higienizar a cidade, eliminando ratos. Porque, uma vez contrariado, este benfeitor é capaz de seduzir crianças.
No mundo real, quem sabe, pela ideologia que as desencaminha, para afogá-las no oceano da luxúria.
Já o trecho bíblico nos convida a olhar para as aberrações que o ocidente tem absorvido, hipnotizado pela flauta doce da inculturação.
Que o faz admitir absurdos como coisa normal. Como se fossem evolução, como modernidade, como libertação de preconceitos, enquanto o leva, hipnotizado, para o abismo.
1 Comentário
Tres histórias muito bem explicadas e aplicadas…
Que ouçam os profetas, pq a desgraça já se abeira de nós…
Obrigado amigo, e ao jornal que não se inibe de publicar estes grandes alertas para o povo em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.