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Tesouros na Terra

 Tesouros na Terra
Mãe a tempo inteiro e professora

Porque é que tem que haver morte?” perguntou-me a minha filha de (quase) oito anos antes de se deitar. Eu respondi que Deus não criou a morte, nem a doença nem a tristeza e não existirão no Céu. Mas se Deus permite que existam na terra, é para nos tornarmos santos e para tirar um maior bem deles. A minha filha não ficou satisfeita com a resposta. “Mas porquêêê? Eu não queria que existissem. A vida seria perfeita sem eles.

Realmente não são só as crianças: nós, adultos, às vezes pensamos que devíamos já estar no Céu. Ou queremos fingir nas redes sociais que a nossa vida corre bem, como se a vida devesse estar cheia de conforto, felicidade e prazer a toda a hora. Na verdade, esta vida é uma caminhada. Lenta e a subir. Damos força uns aos outros. Apoiamo-nos. Mas estamos aqui para chegar ao Céu, e para ajudar outros a lá chegar.

“Eu te vou dizer quais são os tesouros do homem na terra, para que não os desperdices: fome, sede, calor, frio, dor, desonra, pobreza, solidão, traição, calúnia, cárcere…”

O Caminho, n. 194

Quando penso nos momentos mais de mais dor, pobreza, solidão e calúnia na minha vida, também me lembro dos rasgos de luz, da mudança que houve a partir desse momento, e das pessoas que atuaram claramente como instrumentos de Deus na minha vida.

Claro que os momentos de mais dor foram os partos dos meus filhos e o mês e meio pós-parto que se segue, sempre mais complicado. Mas o carinho de uma amiga que ligava quase todos os dias, que ficou com as minhas crianças para descansarmos, as prendas carinhosas que algumas amigas enviaram, a receção que as nossas vizinhas fizeram (com balões, cartaz e bolinhos) ao nosso último bebé brilham com mais intensidade na memória. E a transformação espiritual, minha como mãe, e nossa como família, é colossal.

Os momentos em que a nossa conta bancária tem ido quase aos zeros têm sido momentos assustadores, mas também em que nos apoiamos um no outro, procuramos ajuda, temos conversas importantes e, claro, fazemos muitas mudanças e reavaliamos prioridades.

O meu momento de mais solidão foi no segundo ano da faculdade, em que me lembro perfeitamente de estar sentada no sofá, sem vontade de viver, sem aspirações nem motivação, sem fé. Fiz uma das orações mais autênticas e vulneráveis da minha vida: algo tipo: Deus se existes, ajuda-me. Não tenho mais nada a tentar. E algumas semanas a seguir, coisas novas e muito importantes começaram a acontecer na minha vida.

E finalmente os momentos de calúnia. Ultimamente, grávida com o sexto filho, tenho ouvido críticas e calúnias de todo o tipo. Mas também aprecio ainda mais as amizades verdadeiras e as palavras de encorajamento. Agarro-me mais ao que interessa: ao que é bom, verdade e belo. Ao meu marido e filhos, que é o foco.

Com a guerra na Ucrânia temos assistido a cenas tristes e desesperantes. Deus também não criou a guerra e não é boa. No entanto, nestes piores cenários da vida humana abre a possibilidade para os maiores atos de generosidade e de heroicidade.

Tal como Deus nos diz com a sua ressurreição que tira sempre um bem maior de qualquer mal, saibamos nós também ter essa visão e fazer o mesmo.

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