Projeto de investigação para preservação das pinturas murais de Almada Negreiros

 Projeto de investigação para preservação das pinturas murais de Almada Negreiros

As gares marítimas do Porto de Lisboa, em Alcântara e na Rocha Conde de Óbidos, foram selecionadas como um dos 25 lugares do mundo a requerer “preservação urgente”, pela sua “cultura extraordinária” e “vital para as comunidades locais”, pelo Fundo Mundial de Monumentos (com a sigla em inglês WMF – World Monuments Fund). Entre as candidaturas selecionadas consta a apresentada pela APL para a preservação das pinturas murais de Almada Negreiros, contando esta com o apoio analítico do laboratório HERCULES da Universidade Évora. Manifestamente satisfeita, Milene Gil, considera ser “o primeiro passo para a salvaguarda futura deste conjunto de pinturas murais que finalmente vão ter o reconhecimento merecido a nível internacional”.

Os trabalhos analíticos a desenvolver nas duas gares decorrerão em estreita parceria com a equipa de restauro e serão coordenados pela investigadora do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora que é, simultaneamente a investigadora principal do projeto ALMADA – O desvendar da Arte da Pintura Mural de Almada Negreiros (1938-1956), que tem como o objetivo estudar pela primeira vez com técnicas de imagem e de análise o legado de pintura mural de Almada Negreiros, uma das figuras-chave da vanguarda e do modernismo em Portugal. Em destaque estão os cinco núcleos de pinturas murais

Encomendados na cidade de Lisboa entre 1938 e 1956, na Igreja de Nossa Srª do Rosário de Fátima, Edifício DN, o Liceu EB Patrício Prazeres, e as estações Marítimas de Alcântara e Rocha do Conde de Óbidos selecionadas pela WMF.

Recorde-se que o programa ‘Watch 2022’ do Fundo Mundial de Monumentos selecionou as gares marítimas em Lisboa entre mais de 225 candidaturas a nível mundial, destacando o valor histórico e artístico dos seus edifícios, cuja construção coincidiu com o fim da Segunda Guerra Mundial. Relevante para esta distinção do Fundo Mundial de Monumentos, foi o facto das gares marítimas em Lisboa incluírem os 14 murais de Almada Negreiros em estudo pela equipa da UÉ.

“Apesar dos requisitos subjacentes à encomenda feita pelo Estado Novo a Almada Negreiros, os murais ousaram representar narrativas associadas ao comércio marítimo, à emigração e ao quotidiano das comunidades do porto, retratando nomeadamente o trabalho da comunidade afrodescendente em Portugal, um tema de importância pessoal para Almada, que nasceu em São Tomé e Príncipe”, explicam o Porto de Lisboa e o WMF.

*Universidade de Évora

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