O Transhumanismo na Ecologia
Desde há muito que os problemas ecológicos vêm sendo fruto de uma reflexão profunda por parte de vários sectores da sociedade. Um exemplo será a encíclica Laudato Si do actual papa. Contudo, como alerta Alberto Cortina, a utilização de novas tecnologias, supostamente para melhorar e restaurar o ecossistema, situa-se num plano bastante obscuro e, portanto, penso que pode ser mesmo perigoso.
O transhumanismo advoga a posse do dever moral de melhorar as capacidades físicas e cognitivas do ser humano e, portanto, tudo será lícito fazer para que possa retirar ao ser humano aquilo que este não deseja, como por exemplo o sofrimento, a enfermidade, até mesmo a imortalidade!
O humanismo cristão tem naturalmente o seu desenvolvimento pessoal, num contexto do desenvolvimento integral da pessoa humana, isto é, não está garantido por uma série de mecanismos naturais, cada um é consciente da sua capacidade de decidir livre e responsavelmente, como refere Cortina.
A grande questão é a crença que os transhumanistas possuem de se acharem como deus, são novos deuses que podem dispor a vida humana, a sua e a dos outros, como muito bem entende. Estes nunca aceitam a sua condição de criaturas. Estamos perante um novo “Sereis como deuses” tão conhecido no livro do Génesis.
A cosmovisão cristã aborda o problema da conversão ecológica, na medida em que somos parte de um todo criado, de grande beleza, como refere no Génesis, e fomos mandatados pelo Criador para sermos guardiões deste planeta, ou seja, necessitamos de uma proferindo Cortina, “Uma conversão de coração que veja o Criado”.
*Maria Guimarães