Nova solução tecnológica com revestimento polímero-cerâmico
Uma equipa de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma solução tecnológica para dispositivos hápticos (táteis) com revestimento polímero-cerâmico anti riscos e reciclável que confere uma maior durabilidade, a vários componentes plásticos de uso quotidiano.
Ana Paula Piedade, professora e investigadora do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), é a responsável pelo projeto Smart Display na FCTUC, no qual «foi desenvolvida uma nova solução para componentes hápticos, neste caso um interruptor. A solução conjuga, de forma integrada, na parte exterior um revestimento anti riscos, e na parte interior a impressão direta de um circuito elétrico, com o objetivo, neste protótipo, de ativar o interruptor por proximidade ou por pressão direta dos botões».
«A grande novidade é o revestimento polímero-cerâmico. Para aumentar a resistência mecânica, sobretudo ao risco e ao desgaste, de um plástico, uma das soluções é utilizar um material cerâmico, que apesar de frágil é mais duro.
No entanto, por estes materiais serem quimicamente “incompatíveis”, tivemos que fazer um gradiente químico, iniciando o revestimento sobre o interruptor de plástico com um material polimérico (plástico) que depois vai dando lugar ao revestimento cerâmico, tudo isto numa espessura de 400 nanómetros».
explica Ana Paula Piedade
De acordo com Ana Paula Piedade, a parte mais exterior deste novo revestimento é composto por um cerâmico técnico, de engenharia, com propriedades mecânicas e de durabilidade enormes.
«Acredito que aumentámos o tempo de vida do componente em plástico no mínimo em dez vezes, o que pode ter bastante impacto, pois além de continuar a ser um material reciclável, estamos a reduzir a quantidade de matéria-prima utilizada, e, ao mesmo tempo, o facto do componente ser transparente, permite à empresa variações de cor ao nível do gosto do cliente, ou seja, é personalizável».
Apesar desta nova solução ter sido aplicada e testada apenas no componente de um interruptor, pode ser utilizada em diversos equipamentos que usamos no nosso dia a dia, nomeadamente em painéis de carros, telemóveis ou de frigoríficos inteligentes, tornando a superfície exterior mais dura e, consequentemente, mais resistente aos riscos.
Paralelamente, «foram também estudadas, otimizadas e aplicadas técnicas de impressão direta na impressão de circuitos eletrónicos diretamente na superfície interior do interruptor. Esta parte esteve a cabo da equipa liderada por Mahmoud Tavakoli, investigador e docente do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da FCTUC, tendo por base a primeira tinta condutora desenvolvida e patenteada por esta equipa», conclui.
Para saber mais sobre o projeto Smart Display, promovido pela empresa KLC Technical Plastics, consulte…