Entrevista: “Queremos apostar na inovação”
Com 20 anos de atividade, feitos recentemente a 27 de Dezembro, a Propilhas é uma empresa portuguesa, sediada em Proença-a-Nova, dedicada à distribuição e revenda de material elétrico e produtos de consumo. Numa altura em que a aposta no online é o presente, João Alves, responsável pela empresa, está hoje em entrevista no Jornal de Proença onde faz o balanço dos primeiros 20 anos e projeta o futuro.
Jornal de Proença (JP) – A Propilhas celebrou recentemente 20 anos de existência. Como é que descreve a caminhada destes 20 anos?
João Alves (JA) – Celebrarmos 20 anos é motivo de grande orgulho mas também de responsabilidade. A Propilhas nasce de um projeto familiar, iniciado por mim e pela minha esposa (Olinda Lopes), após identificarmos uma lacuna no acesso a soluções de consumo e material elétrico, por parte de empresas na região. E rapidamente verificámos que se tratava de um problema comum a outras zonas do país, o que nos levou a alcançar rapidamente todo o território nacional. Atualmente contamos com uma vasta carteira de clientes, que em 2017 se expandiu para além fronteira. Estar num mercado tão competitivo e conseguir crescer é uma grande vitória, que depende muito da confiança depositada em nós pelos nossos clientes, mas também da dedicação dos nossos colaboradores. É com grande orgulho que vejo o nome da Propilhas chegar cada vez mais longe, mantendo o mesmo ADN de proximidade com os nossos parceiros.
JP – Quais têm sido as principais dificuldades ao longo destes 20 anos? Sente o peso de ser uma empresa localizada no interior do país?
JA – Foram muitos os momentos. O período de transição das empresas para o digital, com a introdução dos softwares de faturação, foi um dos momentos mais exigentes, logo pouco tempo depois de começarmos. Tudo isto para um casal de ex-emigrantes, regressado em definitivo a Portugal e que tinha acabado de criar uma empresa, obrigou a um esforço e dedicação extra, para dar continuidade ao projeto. Os nossos filhos durante estes 20 anos têm sido um grande apoio, mesmo antes de se tornarem funcionários da Propilhas. Penso que o segredo destas duas décadas vem de sermos uma empresa familiar.
JP – Sente o peso de ser uma empresa localizada no interior do país?
JA – Sim, o facto de estarmos no interior tem aspetos negativos, mas não faz da Propilhas uma empresa menos competitiva que outras localizadas nas grandes cidades, pelo contrário. A área de atuação da nossa empresa estende-se a todo o território nacional, por isso, estando a Propilhas localizada na zona centro, permite dar uma resposta mais rápida em qualquer ponto de Portugal continental. Mas a falta de apoio para as empresas do interior obriga a um esforço extra. Por exemplo, o elevado custo das portagens para uma empresa sediada no interior, e que tem diariamente vários carros na estrada, não torna fácil o processo. Mas não se trata de desistir e temos que promover o interior e as nossas gentes. No final do ano aumentámos a nossa equipa, aumentando para 8 o número de colaboradores da Propilhas.
JP – Que influência é que a atual pandemia trouxe para a vossa área de trabalho? Que avaliação faz do volume de negócios por durante estes tempos?
JA – Obrigou-nos a criar novas rotinas e processos internos. Temos a sorte de ter uma equipa que tem sido exemplar a minimizar os impactos inerentes da pandemia na nossa empresa. Como trabalhamos com alguns dos principais grupos de distribuição em Portugal, que mantiveram portas abertas durante toda a pandemia, tivemos um volume de encomendas crescente. Principalmente durante o confinamento, no início da pandemia, houve uma procura excessiva pelos produtos das nossas áreas de negócio, que se tem verificado até à presente data. Muitos dos produtos que vendemos para estes grupos, estão direcionados para o dia-a-dia, para a casa e para o “Do it yourself” (Faça você mesmo). Com o crescimento do teletrabalho, os isolamentos, as aulas em casa, levaram a uma procura muito significativa por parte das pessoas neste tipo de produtos.
JP – Recentemente lançaram o vosso site. Foi uma consequência da pandemia ou têm outros objetivos com o lançar desta plataforma?
JA – O lançamento do nosso site não é uma consequência direta da pandemia. Este é um projeto pensado há algum tempo, que visa aumentar a nossa notoriedade junto dos nossos atuais e futuros parceiros, bem como reforçar a nossa presença no digital. Pretendemos chegar mais rápido aos nossos clientes e dar uma resposta mais célere. Por isso, estamos a finalizar uma plataforma para os nossos clientes B2B, associada ao nosso site, onde estes podem efetuar encomendas, aceder a informações sobre os nossos produtos entre outras novidades. Estamos a atravessar um momento em que as empresas, mais que nunca, devem adaptar-se, também muito por causa da pandemia. E quanto mais depressa conseguirmos apoiar os nossos clientes, com soluções orientadas para os seus negócios, maior é a nossa vantagem competitiva no mercado.
JP – Apesar de todos os constrangimentos como é que foram celebrados estes 20 anos de existência?
JA – Estavam previstas algumas ações junto dos nossos clientes para o mês de janeiro, que acabaram por ser suspensas. Recentemente passámos por um surto de Covid-19 na nossa empresa, que afetou quase toda a estrutura, obrigando a fechar portas e a atrasar inúmeras encomendas. Apesar deste inconveniente, já tínhamos planeadas algumas novidades para apresentar durante todo o ano de 2022 e prolongar assim este marco dos 20 anos.
JP – 20 anos estão passados. Como é que perspetiva os próximos 20?
JA – Temos a noção que os próximos tempos não vão ser fáceis. Olhamos para o futuro com alguma cautela, mas queremos fazer mais, levar o nome da Propilhas e do concelho mais longe. Queremos apostar na inovação da nossa empresa e expandir a nossa carteira de clientes dentro e fora do país. Nos próximos 20 anos queremos fazer mais, mas sempre com os pés assentes na terra.