D. Duarte de Bragança em Proença-a-Nova

Elisa Vasconcelos e Sousa, D. Duarte, João Lobo e António Manuel Silva
Dom Duarte de Bragança esteve na Sertã, Cernache do Bonjardim e Proença-a-Nova, numa visita promovida pela Real Associação da Beira Interior em parceria com as autarquias locais.
As actividades iniciaram-se no dia 29 de Abril e decorreram de acordo com os programas previstos: visita ao SERQ (Sertã), palestra sobre Dom Nuno Álvares Pereira (Cernache do Bonjardim), visita à Igreja Matriz de Cernache do Bonjardim e recepção na Câmara Municipal da Sertã pelo Presidente Carlos Miranda e Vereadores.
No dia 30 de Abril prosseguiram com a deposição de uma coroa de flores junto à estátua de Dom Nuno Álvares Pereira, pelo Presidente da Câmara Municipal de Sertã, pela Presidente da União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais – Maria João Ribeiro e por Dom Duarte de Bragança (em Cernache do Bonjardim); com o cortejo pelas artérias da vila de Cernache do Bonjardim por parte da população, confrarias e associações; com a eucaristia na Igreja do Seminário de Cernache do Bonjardim; com a recepção na Câmara Municipal de Proença-a-Nova pelo Presidente João Lobo e pelo Vice-Presidente João Manso; com a palestra na Universidade Sénior de Proença-a-Nova e terminou com a visita ao Centro de Ciência Viva em Moitas (Proença-a-Nova).
Em Proença-a-Nova
Em Proença-a-Nova, na Universidade Sénior, D. Duarte assistiu à Palestra subordinada ao tema “De Proença-a-Nova ao Serviço do Rei e da Igreja”, sendo orador convidado o professor, investigador e historiador local António Manuel Silva.
Na mesa estiveram com Dom Duarte de Bragança, o Presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, a Presidente da Real Associação da Beira Interior, Elisa Vasconcelos e Sousa, e o palestrante.
A palestra
O orador, que vem estudando aspectos menos conhecidos da história local, nesta comunicação abordou uma temática praticamente desconhecida que é a do papel e desempenho que alguns missionários naturais do concelho de Proença a Nova e formados no “Real Collegio das Missões”, em Cernache do Bonjardim.
Estes missionários tiveram, entre 1855 e 1905, em África, no contexto da política da política de “ocupação efectiva” levada a cabo pelas potências europeias a partir da segunda metade do século XIX. Roma.
Procurou mostrar como aqueles missionários estiveram, conscientemente, ao serviço da Religião e da Pátria, numa acção religiosa e política dando cumprimento aos direitos e deveres determinados pelo “Real Padroado”, evangelizando, catequizando e promovendo a língua, a cultura, a economia e os valores portugueses, no fundo, “civilizando” e solidificando a presença portuguesa naqueles territórios.
Antes de se referir especificamente a alguns missionários, o palestrante recordou a história do actual Seminário da Boa Nova que foi criado em 1791, por D. João VI, então Grão Prior do Crato, com a finalidade de formar clero secular para as paróquias do Priorado, encerrado pelos liberais em 1834, foi reaberto em 1855/56 para formar missionários que seriam enviados para as dioceses ultramarinas ao serviço dos respectivos bispos.
Com novos objectivos, o seminário adquiriu ainda uma natureza nova pois a refundação colocava-o sob administração directa do Ministério da Marinha e na dependência do Orçamento do Estado.
De 1855 a 1905, o Seminário das Missões formou e enviou 236 missionários para o espaço ultramarino português. Desses, 25 eram naturais do concelho de Proença a Nova e foi nesses, que cujos nomes foram referidos, que se focou o palestrante abordando alguns traços biográficos e integrado a sua acção na política nacional e geopolítica internacional.
*Luís Duque-Vieira