AS IRMÃS DE MEM SOARES VÃO PARTIR

 AS IRMÃS DE MEM SOARES VÃO PARTIR
Dom Antonino Dias
Dom Antonino Dias

Em comunicado, o Bispo de Portalegre-Castelo Branco informou a Diocese que as Irmãs de Mem Soares vão partir e exprime a gratidão e benção. Desde que chegou à Diocese, o nosso Prelado, num breve exercício de memória, afirma que já fecharam as seguintes comunidades:

  • Uma comunidade das Dominicanas, em Medelim, Idanha- Outra Comunidade Dominicana, na cidade de Castelo Branco
  • Uma de S. José de Cluny, em Arronches
  • As Irmãzinhas da Caridade, em Portalegre
  • Uma comunidade das irmãs do Coração de Maria, em Portalegre
  • As Doroteias, em Abrantes
  • Uma das Irmãs Franciscanas de Maria, no Fratel
  • Uma das Irmãs da Sagrada Família, no Seminário de Portalegre, as de Alcains já tinham ido antes de eu vir.
  • Uma comunidade das cooperadoras da Família
  • Uma Comunidade das Irmãs Filhas de Maria Mãe da Igreja, em Marvão
  • Uma mais recente, na cidade de Castelo Branco, das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada (a dos Envendos, mais antiga, mantém-se)
  • E agora as Irmãs das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, Mem Soares

Comunicado

“Face a documentos existentes na Cúria Diocesana de Portalegre, os primeiros contactos das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e o Bispo desta Diocese, D. Agostinho de Moura, tiveram lugar pelo ano de 1954. A Irmã Sousa Prego, Provincial na altura, chegou a visitar Vila de Rei, com essa intenção, mas parece que nunca se instalaram naquela zona, a documentação não o comprova. A Ereção Canónica foi dada em 26 de outubro de 1960 para uma comunidade formada no Hospital Sub-Regional da vila de Nisa, para exercerem a missão de Enfermeiras.

A caminho dos sessenta e um anos de presença nesta Diocese de Portalegre-Castelo Branco, as Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, partem, neste sábado, dia 18 de setembro de 2021. Desde que chegaram, lançaram-se nesta feliz aventura de servir, com alegria e total dedicação à enfermagem e não só. Do Hospital de Nisa, repartiam-se em ação missionária, recordando-se com especial memória a atividade da Irmã Celina da Paixão Gomes, que não se cansava de andar de paróquia em paróquia, levando a Palavra e a alegria contagiante de fazer bem sem olhar a quem. Posteriormente, em 21 de novembro de 1984, a Comunidade estabeleceu-se em Mem Soares, Castelo de Vide, na Casa Diocesana que ali nascia. A Irmã Guiomar, que presidia, à época, ao Conselho Provincial das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, e o Sr. Dom Augusto César, também ele antigo membro dos Padres Vicentinos e Bispo desta Diocese, assim delinearam as coisas, dado o alcance daquele Centro Diocesano de Pastoral na formação da fé. E ali se prontificaram a prestar a sua colaboração, de forma permanente e gratuita.

Em ligação com Mons. Francisco Vermelho, assumiram os destinos daquela Casa Diocesana de Pastoral, que foi servindo e tem continuado a servir como Centro Pastoral e Cultural Diocesano de Nossa Senhora das Graças, acolhendo cursos de formação, retiros para sacerdotes e leigos, cursilhos de cristandade, campos de férias de jovens, formação de catequistas, de ministros extraordinários da Comunhão e da celebração da Palavra na ausência de presbítero, iniciativas de formação litúrgica, reuniões de conselhos e organismos diocesanos, jornadas pastorais, reflexão e programação de atividades pastorais a nível diocesano, como as missões itinerantes a percorrer a Diocese organizando grupos de reflexão e oração, etc. etc…. Dali também divulgaram em diversas paróquias da Diocese, ao perto e ao longe, a Associação da Medalha Milagrosa, tendo assinalado a passagem do milénio com um pequeno monumento em honra de Nossa Senhora das Graças em frente da Casa Diocesana.

Na impossibilidade de continuarem por falta de vocações, partem com todos no coração e no desejo de continuarem a trabalhar ao serviço do Reino de Deus, enquanto as forças lho permitirem. A Irmã Superiora Provincial, Maria Fátima Viríssimo Ferreira, falou-nos do que lhe ia na alma. Lembrou a caminhada das Irmãs nesta Diocese, falou sobre os “dois anos de reflexão e de esforço para manterem esta comunidade”. No entanto, tudo ponderado, “chegou o momento de decidir a saída”. E se lhes é “muito constrangedor ter de tomar esta decisão”, as razões prendem-se com o facto “do envelhecimento das Irmãs, da pouca saúde e da falta de novas vocações, não dispondo de Irmãs, para assegurar um serviço de qualidade e a permanência na Instituição”.

Tantos anos de presença e de serviço acolhedor e alegre, preencheriam muitas e belas páginas de serviço à Igreja que seria bom fossem escritas.

Na pessoa da Irmã Provincial, e das Irmãs que agora partem, manifestamos a toda a Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo o nosso mais profundo reconhecimento diocesano e pessoal e auguramos-lhes muitas felicidades ao serviço do Reino de Deus, onde o Senhor da Messe as convidar a testemunhar a alegria da sua vocação na vida consagrada. E se rogamos a Deus pelas que já passaram para o outro lado da vida, que elas intercedam por todos nós e por esta Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

Oxalá entendamos estes sinais dos tempos que o Senhor nos dá. E sejamos capazes de renovar a confiança no Senhor e de ousar novos caminhos de ação, os caminhos que Ele nos vai apontando. Os tempos que atravessamos desafiam-nos a renovar a confiança no Senhor, a persistir na oração, a não abandonar a ação, com alegria e esperança.

Obrigado, Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Que o Senhor vos ajude.

Portalegre, 15 de setembro de 2021.”

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