(a)Presse(m-se) a proteger o corpo e a mente das nossas crianças

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Dirijo-me a vós, no sentido de manifestar profundo desagrado pela estratégia adotada na abordagem da homossexualidade no vosso Caderno Presse 3º Ciclo, disponibilizado para a educação sexual nas escolas, nomeadamente o vosso Questionário para Heterossexuais.

É suposto os respondentes informarem o docente que são heterossexuais ou não, para responderem, ou não, ao questionário?

Reparem como a situação é gravemente constrangedora. A sexualidade, perante esta abordagem, vai ser um fator de separação entre indivíduos.

Reconhecendo a necessidade de sensibilizar crianças e jovens para a tolerância e compreensão do outro, não posso concordar com que “o outro”, independentemente do que o torna diferente de mim (orientação sexual, raça, religião, etc.), me diminua ou recrimine.

Este é um mau princípio.

Estamos a lidar com coisas muito sérias, seja a homossexualidade ou a heterossexualidade. Independentemente das escolhas de cada um, não é certo tornar o outro o “mau da fita”.

É uma estratégia que aniquila o seu propósito – que julgo ser o do respeito pelo outro. Não posso querer não ser recriminado, recriminando o outro.

Nascer num corpo com o qual não nos identificamos, ou não corresponder a um determinado padrão, são fardos muito complicado de se carregar, não poderia estar mais de acordo. Sentir que não pertencemos a lugar algum, também o é.

Mas queria chamar a atenção para a verdade de que existem pessoas (crianças, jovens e adultos) que estão confortáveis nos seus corpos e lugares. Então, por favor, não vamos tirá-los de lá – do seu bem-estar consigo mesmos.

Os heterossexuais merecem tanto respeito como qualquer outro grupo de pessoas.

Faço o apelo para que isto não seja esquecido.

*Abigail Vilanova

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