Apresentação do Senhor e Nossa Senhora das Candeias

No dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra a festa da apresentação de Jesus no Tempo por Maria e José, 40 dias depois do seu nascimento, e a comunidade crente celebra também a festa de Nossa Senhora das Candeias.
A Apresentação do Senhor, que os gregos chamam Hypapante, é a festa do Encontro. Quarenta dias depois do seu nascimento, Jesus foi levado ao templo por Maria e José, cumprindo a lei mosaica, mas, na verdade, indo ao encontro do seu povo crente e exultante, como luz para se revelar às nações e glória do seu povo Israel.
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Nossa Senhora, Maria, leva a luz, a candeia, ao templo. O templo, símbolo da fé judaica, vê renovada a presença de Deus com a luz que é o Filho de Deus, Jesus.
Em Proença-a-Nova, a celebração aconteceu às 11h00, na Igreja Matriz. Cada membro da assembleia celebrante acende uma vela no salão paroquial e entra no templo com a sua vela acesa. Este rito tem vários significados: em primeiro lugar, a luz da vela é símbolo do batismo e, em segundo lugar, é símbolo da vida sacramental, isto é, do compromisso que cada batizado faz no sacramento do crisma/confirmação e dos sacramentos de maior compromisso na vida adulta, matrimónio e ordem. É ainda símbolo da consagração de muitos homens e mulheres que não casando ou recebendo o sacramento da ordem, se comprometem publicamente com Jesus. Se num primeiro momento, foram os pais que apresentaram na Igreja os filhos para receber o batismo, noutro momento, é cada batizado que assume um compromisso de vida, iluminado pela vida de Jesus Cristo.
Para meditar e orar:
Recebamos a luz clara e eterna
Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o mistério do Encontro do Senhor, corramos para Ele com todo o fervor do nosso espírito. Ninguém deixe de participar neste Encontro, ninguém se recuse a levar a sua luz.
Dos Sermões de São Sofrónio, bispo
Levemos em nossas mãos o brilho das velas, para significar o esplendor divino d’Aquele que Se aproxima e ilumina todas as coisas, dissipando as trevas do mal com a sua luz eterna, e também para manifestar o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao encontro de Cristo.
Assim como a Virgem Mãe de Deus levou ao colo a luz verdadeira e a comunicou àqueles que jaziam nas trevas, assim também nós, iluminados pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, devemos acorrer pressurosos ao encontro d’Aquele que é a verdadeira luz.
Na verdade a luz veio ao mundo e, dispersando as trevas que o envolviam, encheu-o de esplendor; visitou-nos do alto o Sol nascente e derramou a sua luz sobre os que se encontravam nas trevas: este é o significado do mistério que hoje celebramos. Caminhemos empunhando as lâmpadas, acorramos trazendo as luzes, não só para indicar que a luz refulge já em nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos há-de vir. Por isso, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus.
Eis que veio a luz verdadeira, que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Todos nós, portanto, irmãos, deixemo-nos iluminar, para que brilhe em nós esta luz verdadeira.
Nenhum fique excluído deste esplendor, nenhum persista em continuar imerso na noite, mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos todos juntos ao seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara é eterna; associemo-nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de acção de graças ao Pai da luz, que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor.
A salvação de Deus, com efeito, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos pertence a nós, que somos o novo Israel; e nós próprios, graças a Ele, vimos essa salvação e fomos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa, tal como Simeão, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente.
Também nós, abraçando pela fé a Cristo Jesus que vem de Belém, nos convertemos de pagãos em povo de Deus (Jesus é com efeito a Salvação de Deus Pai) e vemos com os nossos próprios olhos Deus feito carne; e porque vimos a presença de Deus e a recebemos, por assim dizer, nos braços do nosso espírito, nos chamamos novo Israel. Com esta festa celebramos cada ano de novo essa presença, que nunca esquecemos.