A “VELHA” CONSCIÊNCIA NACIONAL

 A “VELHA” CONSCIÊNCIA NACIONAL
António-Manuel Silva
António Manuel M. Silva

No dia 14 de Agosto, assinala-se mais um aniversário da famosa batalha de Aljubarrota (1385) tão conhecida que dispensa comentários particulares.

Mais do que as peripécias militares do combate, interessa recordar o seu significado histórico.

Podemos considerar o nascimento do ESTADO português em 1143, em Zamora, quando D. Afonso Henriques, com o apoio dos nobres do condado portucalense, conseguiu a independência e o tratamento de “rex”. O condado passava a reino e adquiria a soberania. Assim nascia o ESTADO português, fruto da vontade de uma pequena elite de senhores que não desejava ver os seus interesses subordinados a um poder externo, galego, leonês ou castelhano.

Com os séculos, a vivência comum num espaço que foi sendo conquistado, povoado, defendido e desenvolvido com mais ou menos dificuldades foi criando na sociedade portuguesa uma identidade própria constituída pela língua, pela religião, pelas tradições, pelos interesses comuns, pelos laços familiares, pela vontade de querer continuar a viver em comum…

Assim se foi criando uma “identidade nacional” que teve a sua primeira grande manifestação com a Crise de 1383/85 quando a NAÇÃO, perante nova ameaça externa, afirmou a “consciência” da sua identidade e, “uma nova geração de gentes” se juntou para lutar pela sua SOBERANIA face ao inimigo externo. Mais do que uma batalha, ALJUBARROTA, e a Crise, é a primeira grande manifestação e vitória da NAÇÃO portuguesa liderada pelas novas elites (D. João, D. Nuno, burguesias urbanas) que derrotaram o clero e a nobreza tradicionais aliadas ao “estrangeiro”.

Quase arrisco dizer que, em Portugal, o velho “princípio das nacionalidades”, que está na origem da formação dos estados contemporâneos, se inverteu na sua origem. Na verdade, cá, a um ESTADO correspondeu uma NAÇÃO, mas inverteu-se a ordem do nascimento, primeiro nasceu o ESTADO e só depois se formou a NAÇÃO. Em quase todo o lado, primeiro foram-se formando, lentamente, as nações e só quando estas tomaram consciência das suas identidades lutaram pela sua soberania querendo formar o seu Estado. (Princípio das Nacionalidades, Liberalismo e Descolonização)Aproveitemos a efeméride para revisitarmos Aljubarrota.

QUE FALTA QUE FAZ A CONSCIÊNCIA NACIONAL!!!

*retirado de Facebook

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