Espaço dedicado a Eugénio de Andrade

A Biblioteca Municipal António Salvado, em Castelo Branco, passou a contar com um novo espaço dedicado ao poeta Eugénio de Andrade, uma figura ímpar da literatura portuguesa contemporânea.
Esta nova secção, situada no 1.º piso da biblioteca, presta homenagem ao autor beirão, natural da Póvoa de Atalaia, cuja obra e memória continuam a marcar gerações de leitores.
O espaço reúne diversos elementos representativos da vida e obra do poeta, destacando-se:
- Um busto de Eugénio de Andrade, da autoria de Isabel Meyrelles, proveniente do espólio do Museu Francisco Tavares Proença Júnior;
- Dois retratos assinados pelos pintores Luís Dourdil e Carlos Carneiro, igualmente pertencentes ao mesmo espólio museológico;
- Uma mesa-expositor, com várias edições da sua obra, incluindo poemas autógrafos originais, edições especiais e a rara primeira edição de Poesia, Terra de Minha Mãe, livro que sublinha a forte ligação do poeta à região beirã;
- Um móvel-arquivador, no qual cada gaveta convida à leitura ou releitura de poemas selecionados de Eugénio de Andrade.
Esta iniciativa foi concebida por Paulo Samuel, amigo pessoal e colaborador profissional do poeta (cujo nome de nascimento é José Fontinhas), como forma de assinalar os 20 anos da sua morte, ocorrida em 2005.
O espaço convida à contemplação e ao contacto direto com o universo poético de Eugénio de Andrade, proporcionando uma experiência íntima e sensorial aos visitantes.
Apesar de a presença de Eugénio de Andrade em Castelo Branco ter sido pontual, a sua relação com a cidade foi marcada por laços afetivos e intelectuais, nomeadamente através da amizade com o poeta albicastrense António Salvado, cujo nome dá título à biblioteca municipal.
À entrada da Biblioteca, pode ainda ser visitada uma mesa-expositor conjunta dedicada a Eugénio de Andrade e António Salvado, onde se encontram cartas autógrafas, bilhetes-postais, fotografias e um exemplar da revista Estudos de Castelo Branco.
Este novo espaço vem reforçar o papel da Biblioteca Municipal como centro de valorização da cultura literária, abrindo portas à redescoberta de dois grandes nomes da poesia portuguesa e ao diálogo entre as suas obras.
*Artigo reescrito com IA