Bordado de Castelo Branco reconhecido

Castelo Branco recebeu a placa que reconhece o Bordado local como Património Cultural Imaterial, reforçando a sua preservação e projeção futura.
O Município de Castelo Branco recebeu oficialmente a placa de reconhecimento pela inscrição do Bordado de Castelo Branco no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).
Este momento simboliza a valorização de uma tradição profundamente enraizada na comunidade albicastrense, reafirmando o compromisso de preservar e transmitir este saber-fazer único, especialmente pelas mãos das bordadeiras locais.
A cerimónia de entrega decorreu no Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, na passada terça-feira, 29 de julho.
Maria Antónia Amaral, Chefe da Divisão de Cadastro, Inventário e Classificação do Património Cultural, I.P., entregou a placa a Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal, enaltecendo o esforço da Autarquia na salvaguarda e promoção do Bordado de Castelo Branco.
A inscrição foi oficializada pelo anúncio 51/2025, publicado no Diário da República em 20 de fevereiro.
Durante o seu discurso, Maria Antónia Amaral destacou a importância do património cultural como um vetor fundamental para enfrentar desafios contemporâneos, promovendo laços comunitários, identidade local, e ligação à economia e ao meio ambiente.
Referiu ainda a rica história do Bordado, que remonta à época da realeza e da expansão portuguesa, refletindo influências interculturais e saberes tradicionais passados de geração em geração.
A representante do Património Cultural alertou para os desafios que o Bordado enfrenta, como o reduzido número de bordadeiras e a dificuldade em obter matérias-primas de qualidade, e salientou a importância da transmissão deste legado às novas gerações, sugerindo a sua inclusão nos currículos escolares.
Enfatizou também o papel crucial da colaboração entre entidades, investigadores e sociedade para manter esta manifestação cultural viva.
O Presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, realçou a relevância do Centro de Interpretação do Bordado, situado na zona histórica da cidade, como um espaço fundamental para a divulgação e valorização do Bordado de Castelo Branco.
Sublinhou o impacto económico positivo desta arte, que recebe encomendas a nível nacional e internacional, oferecendo aos clientes a possibilidade de personalizar cores e desenhos, sempre preservando a essência tradicional do Bordado para a sua certificação.
O autarca manifestou ainda a sua visão para o futuro, defendendo a abertura para processos criativos e novas interpretações artísticas, envolvendo artistas contemporâneos, como a arquiteta e artista plástica Cristina Rodrigues, para garantir a continuidade e inovação do Bordado albicastrense, apontando-o como um artesanato de luxo e arte.

Painel do Bordado de Castelo Branco no Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Em notícia relacionada, Leopoldo Rodrigues anunciou que o Município irá encomendar ao Centro de Interpretação do Bordado um painel para o Santuário de Nossa Senhora de Fátima.
Os contactos com o Santuário foram recentemente estabelecidos pelo Padre Nuno Folgado, e em breve serão definidos os detalhes da execução da obra.
Este painel representa mais uma oportunidade para divulgar o Bordado de Castelo Branco num espaço visitado por milhares de pessoas, consolidando a presença desta arte tradicional não só em Portugal, mas também internacionalmente, como já acontece no Palácio Ismaili em Lisboa, na Catedral de Manchester e no Museu Victoria & Albert em Londres.