Advento, Oração, Família, Presente

 Advento, Oração, Família, Presente

Ao viver o tempo de Advento retenho alguns elementos importantes: Oração, Família, Presente.

O Papa Francisco desafia-nos à oração como uma ferramenta espiritual para prepararmos o Natal. As ruas já estão iluminadas e desafiam-nos a comprar os presentes antecipadamente, todavia, só a oração pode trazer luz ao nosso coração e ao sentido da nossa vida; só a oração nos pode transformar em presentes para Deus e Deus que se manifesta nos poucos que se vão juntar em nossa casa para celebrar o aniversário natalício de Jesus.

O nosso bispo, Dom Antonino Dias desafia-nos à oração em família. O Covid insiste em nos encerrar em casa e redescobrir o valor da minha família. O valor que sou e da(s) outra(s) pessoa(s) com que partilho a vida. Também o nascimento de Jesus foi um momento da sua família nuclear. O tempo pandémico presente faz-nos viver essa sobriedade da família de Nazaré e com aqueles que são realmente importantes. Se os natais passados estavam caracterizados pelas tradições populares, pelas viagens, festas, férias, música e algazarra, o Natal 2020 poderá revelar-se um Natal com maior espiritualidade e de encontro verdadeiro com Jesus.

Imagino ainda uma caminhada para o presépio. Imagino aquela família de Nazaré que até pode estar pela ordem que o presépio tradicional no-las apresenta. Imagino que esse estábulo ou gruta pode ser um símbolo do coração do Homem/Mulher. Há amor. Há ternura. Há sacrifício. Há graça e dignidade humanas. Mas também bestas: imperfeição, dor, ódio, guerra, violência, crime… O Menino esconde-se hoje no coração de cada ser humano e sinto a dificuldade em encontrá-lo nessas pessoas com que me cruzo tal como os magos do oriente. Às vezes, até me perturba a ideia de que também sou esse presépio que leva o Deus Menino para outras pessoas, até porque sei que sou uma casa muito mal-amanhada na qual Jesus insiste em fazer morada. Imagino que se a minha vida é uma caminhada, algum dia estarei a bater à porta de presépio definitivo, o céu, e tenho medo de não conseguir oferecer a Deus Menino o presente (Eu) digno daquele momento e daquele encontro.

Nesta caminhada, peço a Deus que a luz da vela do meu Baptismo me ilumine, que a estrela (o Espírito Santo) me conduza como aos magos e que o canto dos anjos traduza a alegria espiritual do encontro com o Deus Menino.

Todo este trabalho espiritual, interior e de fé, aliado à apreciação das relações que desenvolvo com que está mais perto de mim e inspirado, nesta quadra, por Jesus, chama-se, para mim, Advento 2020.

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