“Advento: a procura da paz”

Trono de Advento da Capela de Corgas
No domingo, dia 30 de Novembro, começará o advento.
Devemos utilizar estas semanas para preparar o Natal, festa na qual celebramos o nascimento do Deus Menino.
“O Natal é um verdadeiro mistério de alegria…Da mesma alegria participa a Igreja, repassada…pela luz do Filho de Deus: as trevas jamais poderão obscurecê-la”,
disse em certa ocasião São João Paulo II.
“Faz-Se homem entre os homens, para que, n’Ele e por Ele, todo o ser humano possa renovar-se profundamente. Com o seu nascimento, introduziu-nos a todos na dimensão da divindade, concedendo a possibilidade de participar na sua própria vida divina a quem, pela fé, se torna disponível a acolher este dom seu”.
Devemos ‘gritar’ junto do presépio: “Recordai-Vos de nós, eterno Filho de Deus, que tomastes da Virgem Maria a forma humana! A humanidade inteira, atribulada por provas e dificuldades, precisa de Vós.
Ficai connosco, Pão vivo descido do Céu para nossa salvação! Ficai connosco para sempre. Amém!”, pois no mundo, nas famílias, entre amigos e conhecidos escasseia muitíssimo a verdadeira paz.
“Desde a gruta de Belém eleva-se um apelo urgente por que o mundo não ceda à desconfiança, à suspeita, ao desânimo, mesmo quando o trágico fenómeno da guerra e do terrorismo aumente incertezas e temores.
Os crentes de todas as religiões, junto aos homens de boa vontade, banindo toda a forma de intolerância e discriminação, são chamados a construir a paz… Acolha a humanidade a mensagem de paz do Natal!”
Nestas semanas somos convidados a parar, em silêncio, para captar a presença de Deus. São dias para tornar a considerar, que “Deus está junto de nós continuamente. – Vivemos como se o Senhor estivesse lá longe, onde brilham as estrelas, e não consideramos que também está sempre ao nosso lado.
E está como um pai amoroso – quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos – ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando…e perdoando”.
Se nos embebermos desta realidade, se a considerarmos frequentemente no tempo do advento, sentir-nos-emos animados a dirigir-Lhe a palavra com confiança na oração, e muitas vezes durante o dia; apresentar-Lhe-emos os sofrimentos que nos entristecem, a impaciência e as perguntas que surgem do nosso coração.
É este um momento oportuno para crescer em nós a certeza de que Ele sempre nos ouve. Compreenderemos também como os matizes às vezes inesperados de cada dia são sinais pessoalíssimos que nos dirige Deus, sinais do seu olhar atento sobre cada um de nós.
Acontece que costumamos estar muito atentos aos problemas, às dificuldades, e, às vezes, mal nos ficam forças para perceber tantas coisas belas e boas que vêm do Senhor.
O advento é um tempo para considerar, com mais frequência, como Ele nos protegeu, guiou e ajudou nas vicissitudes da nossa vida; para louvá-Lo por tudo o que fez e continua a fazer por nós.
O facto de estarmos vigilantes e atentos aos pormenores do nosso Pai do céu, termina em ações de graças. Cria-se assim em nós uma memória do muito que nos ajuda, também nas horas obscuras das dificuldades, dos problemas, da doença, da dor.
«A alegria evangelizadora refulge sempre sobre o horizonte da memória agradecida: é uma graça que precisamos de pedir».
O advento convida-nos a escrever, por assim dizer, um diário interior deste amor de Deus por nós.
Se vivermos bem o tempo de advento estaremos prontos para repetir as palavras de São João Paulo II no dia de Natal: “Ajudai-nos a ser testemunhas credíveis da sua mensagem de paz e de amor, para que também os homens e as mulheres da nossa época, marcada por fortes contrastes e incríveis violências, saibam reconhecer o Menino, que Está nos braços da Nossa Senhora, como o único Salvador do mundo, fonte inesgotável da paz verdadeira que, no íntimo, anseia todo o coração.”

