A Razão da Nossa Esperança
A 28 de dezembro comemorou-se o dia dos “santos Inocentes” , a 29 “A Sagrada Família” e a Igreja inicia o Ano a Invocar Nossa Senhora como “Mãe de Deus”, é a partir desta realidade a razão de ser de todas as solenidades de festas marianas.
Todos os privilégios concedidos à nossa Queridíssima Mãe são fundamentados em que Ela iria ser o Sacrário de todos os sacrários que existiram, existem e existirão.
O mais Belo de todos, O Eterno Verbo ao querer assumir a humanidade não poderia ser concebido no ventre onde se negasse a Deus, pois , como refere o Catecismo da Igreja Católica no ponto 1849, ”todo o pecado é uma falta contra o verdadeiro amor para com Deus,(…) um acto ou um desejo contrários à Lei eterna”.
Mas o que têm estas festas em comum? A realidade “Ser Familia “.
Os Santos inocentes são mortos tendo sido retirados brutalmente dos braços das suas mães que os agarrariam até desfalecerem e não aguentarem mais.
As crianças tiveram um sofrimento curto depressa foram abraçadas no seio de Abraão, mas os seus pais nunca seriam mais os mesmos. Podemos imaginar quantas vezes sonhariam com aquele instante em que os seus filhos foram mortos!
Famílias destroçadas pela dor, mas que terão certamente obtido inúmeras bençãos do Céu pois se Jesus no milagre de Caná, ao converter água em vinho este foi de excelente qualidade, ou se na multiplicação dos pães foram recolhidos diversos sacos de pão sobrante, como terá premiado estas famílias que viram os seus descendentes a morrer por Sua causa?
A vida da Sagrada Família não foi fácil, tudo correu mal, o Menino Deus nasceu em uma manjedoura, passando frio, mas era onde Ele tinha de nascer pois seria o Alimento em Palavra e Pão para todas as gerações .
Maria e José ainda estão a saborear no seu coração a visita dos pastores e dos Reis Magos e têm de fugir a meio da noite para o Egipto, sem queixumes e depressa para não serem apanhados. Quando chegaram ao Egipto, que recordações! O mal que este país tinha feito aos seus antepassados, O modo cruel como José, filho de Jacob tinha sido vendido e deportado para o Egipto e como este, numa atitude de suprema caridade acolhe toda a família quando Israel é assolado por uma terrível escassez de alimentos!
Assim, a Sagrada Família vai para um país de costumes que nada têm em comum com os do povo judeu, mas vão. José depressa se instala e começa a trabalhar, imaginamos como terá sido complicado a S. José receber pelos trabalhos que fazia, a Sagrada Escritura nada diz a esse respeito, contudo tendo em conta a História passada, não deve ter sido nada fácil.
Quando já estariam a adquirir alguma rotina, é preciso regressar ao país eleito pelo Céu e lá foram, no entanto, José obediente mas reflexivo ao saber que Arquelau, filho de Heródes na zona de Belém decide ir paraa a Galileia a uma cidade chamada Nazaré.
Nesta cidade será bem conhecido pelo seu trabalho, pois mais tarde referem Jesus como sendo “O Filho do Carpinteiro”, também é no contexto familiar que Jesus deixa claro que a Sua submissão aos pais na terra é fruto de uma obediência ao Pai e portanto, quando é preciso escolher entre estar confortavelmente com a sua família terrena ou dedicar-se “às coisas” de Seu Pai, estas têm a primazia.
A Família onde Jesus se insere é para seguir os desígnios divinos, para preparar o grande momento da Redenção Humana. Redenção esta, que passa por Maria pois se na Anunciação um Anjo A proclama Mãe de Deus, esse mesmo Deus cravado na Santa Cruz anuncia que Ela é a Mãe de toda a Humanidade!
No primeiro parto não teve dores, mas com o segundo “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor” (Lm 1, 12).
Assim iniciamos um Novo Ano , não com a infantilidade de que vai correr tudo maravilhosamente, os problemas deste ano continuarão a existir na sua maioria, mas sabemos que tudo acontece sob o olhar atento de Deus de Maria e também de José pois como gostava de referir S. Josemaria, este é “Nosso pai e Senhor”.