Sertã: Debate sobre turismo rural termina com “balanço extremamente positivo”
O concelho da Sertã recebeu nos dias 10 e 11 de fevereiro a primeira edição do Encontro Nacional de Turismo em Espaço Rural. Organizada pela Associação de Hotéis Rurais de Portugal (AHRP), com o apoio do Município da Sertã, este encontro reuniu um grande leque de oradores das mais diversas áreas, que defenderam a criação de marcas turísticas ligadas ao território e a aposta num trabalho em rede entre entidades públicas e empresários enquanto soluções de futuro para o turismo em espaço rural.
Carlos Miranda, presidente da Câmara Municipal da Sertã, foi um dos convidados neste encontro e durante a sua intervenção defendeu a “necessidade de estarmos alinhados no nosso pensamento e na nossa linha de ação”, desafiando as várias entidades e empresários a partilharem “a mesma visão do território” e de serem “capazes de transmitir essa visão”.
Já o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, esteve também presente neste encontro e reforçou a tónica do trabalho em rede.
“Trabalhar em rede é essencial e temos de descobrir para todos os territórios estas redes que permitem tocar em vários pontos, em várias empresas, muitas vezes fora do setor do turismo para trazer aquilo que é importante – riqueza, crescimento da economia e bem-estar para as populações”.
referiu o responsável
Luís Araújo sinalizou o rio Zêzere como o produto e marca estratégica para este território, lançando o repto aos municípios e empresários para “trabalharem na sua valorização e desenvolvimento”.
Quem também destacou o papel do rio Zêzere e do território envolvente numa futura marca turística foi o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, que na sua intervenção falou ainda dos apoios que se encontram disponíveis para apoiar o setor e anunciou para breve a apresentação da «Agenda para o Interior». Nuno Fazenda prometeu “mais recursos financeiros” para “os territórios menos desenvolvidos turisticamente e também para aquilo que são segmentos de procura importantes como o turismo de natureza, o enoturismo, o turismo literário, porque só assim poderemos diversificar” a oferta.
Já Pedro Machado, responsável máximo pela Entidade Regional Turismo do Centro, sublinhou que o maior desafio que se coloca ao turismo em espaço rural é o de “mudar a percepção da qualidade percebida sobre aquilo que podemos encontrar” nestes territórios rurais, pois “não existem territórios predestinados para a atividade turística de primeira linha”. “É preciso acabar com este mito” e asseverar que “rural é bom, interior é bom”, defendeu Pedro Machado.
Após a sessão de encerramento, Cândido Mendes, presidente da AHRP, fez um “balanço extremamente positivo” deste encontro, sublinhando “a qualidade dos oradores presentes e dos temas trazidos a debate”. Foi “uma importante jornada de reflexão, sobretudo num momento em que o turismo em espaço rural atravessa um período de grande vitalidade”, acrescentou. “Tudo aquilo que foi aqui discutido durante estes dois dias deve capacitar-nos a adquirir novas competências para responder e corresponder às expetativas legítimas de um novo perfil de consumidores que nos começou a descobrir recentemente”, concluiu Cândido Mendes.
