PARA ADULTOS: As Virtudes humanas como base das sobrenaturais

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As Virtudes fazem do homem “uma terra bem preparada que acolhe a semente e dá a seu tempo uma boa colheita”, pois um comportamento recto e virtuoso é o ponto de apoio para o edifício sobrenatural. A vida cristã aperfeiçoa as condições humanas, pois dá-lhes uma finalidade mais alta; o homem é tanto mais humano quanto mais cristão.
“Nada se deve mutilar da essência ou das qualidades boas da natureza humana. Despersonalizar-se naquilo que o homem tem de bom – que é muito – é o que de mais ruinoso pode fazer um cristão. Desenvolve a tua natureza, a tua actividade humana; desenvolve-a até ao infinito. Tudo o que empequenece, contrai e estreita, tudo o que nos detém pelo medo, não é cristianismo”.
O Senhor quer que tenhamos uma personalidade definida, cada um com a sua, que seja resultado do apreço que temos por tudo o que Ele nos deu e do empenho em cultivar esses dons humanos.
O cristão que está no meio do mundo é como uma cidade situada no alto de um monte, como a luz sobre o candeeiro. E o seu lado humano é a primeira coisa que os outros veem, o exemplo das pessoas íntegras, honradas, valentes é um factor motivacional. Por isso, as virtudes próprias da pessoa convertem-se em instrumentos da graça para aproximar os outros de Deus.
Todos aqueles que de alguma maneira se relacionam connosco devem notar – a maioria das vezes pelo nosso comportamento – a alegria da graça que palpita no nosso coração. “Temos que conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros possam dizer: este é cristão porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático, porque está acima dos instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimentos de paz, porque ama, porque é generoso com o seu tempo, porque não se queixa, porque sabe prescindir do supérfluo e do ostentoso”.
O mundo que nos rodeia necessita do testemunho de homens e mulheres que, trazendo Cristo nos seus corações, sejam exemplares. Talvez nunca se tenha falado tanto dos direitos humanos e das conquistas humanas; poucas vezes a humanidade foi tão consciente das suas próprias forças. Mas talvez nunca se tenha deixado tão claramente de lado os valores próprios da pessoa, que são aqueles que possuímos enquanto imagem de Deus.