Opinião: Voluntariado
O mês de junho, mês dos Santos Populares, traz sempre a Proença-a-Nova algumas mudanças nos ritmos de vida.
Os estudantes, entram na época de exames; reabrem as férias desportivas; surgem oportunidades para fazer um part-time para angariar um pé-de-meia para a faculdade; são as praias fluviais…
Pessoalmente, entro nos meses de mais celebrações de matrimónio e de batismos, festas nas aldeias concelhias com procissões com os oragos das capelas… Julho é o mês do Preciosíssimo Sangue do qual sou Missionário e em agosto volto outra vez à Guiné-Bissau para mais duas semanas de voluntariado.
No mês de maio, já estive com outros voluntários a implementar um sistema informático no Liceu Professor António Vasconcelos em Safim (Guiné). Em agosto, vamos dar formação aos técnicos e professores sobre o sistema implementado. Desejaríamos levar mais equipamentos, mas há falta de recursos.
A equipa de voluntários transforma as suas férias laborais em momentos de voluntariado. É outra forma de viver as suas férias.
O voluntariado é uma atividade que se pode exercer ao longo de todo o ano. Não visa tirar postos de trabalho, mas é um adicional humano de qualidade ao serviço das instituições. Não é um mero voluntarismo. É uma atividade, na qual a pessoa, oferece o seu tempo, de forma competente e gratuita, no exercício de uma tarefa específica numa instituição. No voluntariado, podem participar pessoas de todas as faixas etárias. Ele pode ser exercido local, nacional e internacionalmente.
Normalmente, os dirigentes das associações das nossas terras fazem voluntariado. Há muitas associações a dinamizar a vida das aldeias do Concelho de Proença com atividade que visam o bem comum secundarizando interesses individualistas.
A esmagadora maioria das pessoas que exercem cargos nas paróquias, fazem-no como voluntários. Há voluntários no sector social dos Municípios, nas Santas Casas da Misericórdia, na Cáritas, nos Bancos Alimentares e Solidários, na Liga Portuguesa contra o Cancro…
O voluntariado é uma forma de desenvolvimento da dimensão fraterna da pessoa. É um verdadeiro antídoto para os individualismos, bairrismos, guerras… porque o voluntariado educa a pessoa para descobrir, nas outras pessoas, uma possibilidade de fazer o bem, desenvolver laços de amizade que cativam…
Ao voluntariado que faço em Proença, o da Guiné ajuda-me a redescobrir, na carência de bens do povo guineense, o valor de muitas coisas que tenho diariamente ao meu dispor.
O voluntariado humaniza o voluntário tornando-o mais fraterno e potencia dignidade de vida a quem recebe pela via da amizade e do amor, mediado pela partilha de tempo/vida e, às vezes, de bens materiais.
O voluntariado é outro caminho para amar a Deus que se esconde no coração da pessoa que vou encontrar e ajudar.
Seja voluntário!