Opinião: Tempo da Quaresma

 Opinião: Tempo da Quaresma

Os dias passam depressa e já chegámos ao tempo da Quaresma.

O Papa Francisco escreveu uma mensagem para este tempo com o tema “Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade”.

A ideia do deserto, na Sagrada Escritura, surge com maior força no acontecimento do Êxodo, isto é, o Povo de Israel fugiu da escravidão do Faraó do Egipto para a liberdade atravessando o deserto.

Este acontecimento central da fé judaico-cristã pode ser inspirador para vivermos a nossa Quaresma.

Em primeiro lugar, Deus continua a ver, ouvir e sente o clamor da humanidade e continua a enviar mensageiros. É um Deus presente, interessado pela sua obra da Criação e não se cansa do ser humano.

Em segundo lugar, a pessoa continua a necessitar de ser libertada: uns da guerra, outros da fome, da doença, dos diversos tipos de violência que acontece em diferentes contextos, do tráfico humano, dos esquemas de corrupção, da sua fragilidade e do seu pecado…

A liberdade pressupõe verdade, justiça, bem comum, solidariedade, participação, subsidiariedade.

A liberdade só existe em plenitude se humildemente nos colocarmos diante de Deus como nosso Criador e do nosso próximo.

Como vivemos numa sociedade com tantas ofertas e modelos sociais, corremos o risco de perder do nosso horizonte Deus e nos tornarmos indiferentes ao nosso próximo.

Jesus é o nosso modelo para vivermos a Quaresma. Ele próprio foi ao deserto durante 40 dias e foi tentado: sentiu o apelo egoísta dos bens, de querer estar no lugar de Deus e buscar caminhos fáceis de prazer evitando as dores do compromisso, da verdade e da justiça diante de Deus e do próximo. Porém, estes dias de oração e discernimento fortaleceu-o no caminho mais perfeito do AMOR.

A Igreja propõe-nos algumas armas para vencermos as tentações mais básica da pessoa: jejuar do mal, oração e fazer o bem (esmola).

Na oração, os momentos de oração pessoal são a base para participar no sacramento da confissão e na devoção da Via-Sacra.

É na oração que se descobre o verdadeiro jejum que nos permite um aperfeiçoamento interior, a conversão, a retidão moral e social.

A esmola é o que nos permite fazer presente a fraternidade universal. De facto, há muitas causas que merecem ser defendidas e potenciadas com os nossos bens partilhados.

Que esta Quaresma possa ser um tempo de busca de unidade pessoal que vence a resistência de mudança dos maus hábitos e renova cada pessoa com a graça libertadora de Deus.

*Padre Virgílio

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