Opinião: Paulo de Tarso

 Opinião: Paulo de Tarso

No próximo dia 29 celebra-se a festa dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo. Resolvi deter-me um pouco sobre a figura deste último.

As fontes que temos para conhecer a vida e o ensinamento de São Paulo são fundamentalmente duas: os quatorze escritos paulinos e o livro dos Atos dos Apóstolos.

Nos escritos paulinos é oferecida a seguinte imagem de Paulo:  “Autoridade apostólica”. Esta autoridade baseia-se tanto na eleição divina como na dedicação incondicional do Apóstolo à pregação do Evangelho de Cristo.

Nessa linha, ele é apresentado como pregador e defensor da doutrina sã e verdadeira.

Quanto aos seus dados autobiográficos biográficos, faz-se referência apenas ao seu encontro com Cristo e experimentar a Sua misericórdia, passando de zeloso perseguidor da Igreja a apóstolo exemplar dos gentios.

São inúmeras as referências às viagens apostólicas, aos esforços dos membros das comunidades fundadas e aos retrocessos de todos os tipos.

Um dos aspectos interessantes descritos nos Actos dos Apóstolos são os paralelos que o livro estabelece entre a vida de Jesus e dos apóstolos em geral. No caso de S. Paulo podemos destacar os seguintes:

 Tal como Jesus, Paulo vai pregar nas sinagogas. Tal como Jesus, Paulo expulsa espíritos Do mesmo modo que  Jesus tinha tomado “a decisão de ir a Jerusalém”, Paulo “tomou a decisão de ir a Jerusalém, pensando: “Depois de estar lá, devo também visitar Roma”.

Similarmente a Jesus, a história nos Actos também envolve anúncios da paixão de Paulo: «Agora, ligado pelo Espírito, vou para Jerusalém, sem saber o que lá acontecerá comigo, exceto que “em cada cidade, o Espírito Santo dá testemunho dentro de mim para me dizer que cadeias e tribulações me aguardam”, diz Paulo  “Mas não seja feita a minha vontade, mas a tua”; Esta oração de Jesus no Monte das Oliveiras encontra eco na reação dos companheiros de Paulo à sua determinação de ir a Jerusalém, prontos para morrer ali pelo nome do Senhor: “Seja feita a vontade do Senhor!”.

Através dos Actos dos Apóstolos compreendemos que Paulo realizou três viagens:

– A primeira Esta foi uma tarefa dada pela Igreja de Antioquia. Nela, Paulo não tinha  responsabilidade direta. Nos locais que visitaram – Chipre e Galácia – existiam muitas comunidades judaicas (resultado da diáspora), em localidades onde a maioria dos habitantes eram gentios.

O início da pregação a estes últimos e os frutos que houve, incentivaram a discussão que culminaria na Assembleia de Jerusalém, a propósito da obrigação de se circuncisarem ficando deliberado que “basta ser de Cristo, viver com Cristo e segundo as suas palavras” dando um impulso definitivo à universalização da Igreja.

– Na segunda viagem, em Tróade nas margens do Mar Egeu, Paulo viu em sonho um macedónio que lhe pedia ajuda. Assim, o apóstolo deu o salto para a Europa.

Ali fundou algumas das comunidades que mais lhe deram alegria (Filipos e Salónica). Outro acontecimento fundamental desta viagem foi a pregação na Acaia: Atenas e Corinto.

Lucas no discurso do Areópago sobre os esforços de Paulo para pregar o Evangelho, tendo em atenção a cultura grega, fazer compreender aos gregos que este Deus dos cristãos, dos judeus, não era um Deus estranho à sua cultura, mas o Deus desconhecido que eles esperavam, a verdadeira resposta às questões mais profundas da sua cultura.

– Na terceira viagem Paulo permaneceu em Éfeso por dois anos. A partir daí pensa-se que ele escreveu muitas de suas cartas.

Éfeso permaneceu para nós como um dos lugares onde Paulo se identificou mais profundamente com os sofrimentos de Cristo, quando foi perseguido, preso e confrontado com feras.

O acontecimento fundamental desta viagem é o discurso de despedida proferido em Mileto.  Uma espécie de testamento espiritual de Paulo: nele é-nos oferecido o retrato do autêntico pastor da Igreja.

Após esta viagem, Paulo é preso no Templo de Jerusalém e, após uma série de julgamentos, enviado a Roma.  Desta fase da sua vida destacam-se o discurso de defesa perante o povo judeu, o discurso diante de Félix, o discurso contra Agripa.

O naufrágio e a estadia em Malta  e as conversas de Paulo com os judeus de Roma, cidade onde acaba por ser morto.

*Maria Guimarães

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