Opinião: Feliz Ano Novo
O fim de um ano é apenas o começo de outro.
Que tempo, que futuro, que destino nos reserva 2022?
Com passos firmes no recomeço desta caminhada vamos, dia a dia, aprender a suavizar as agonias e os desânimos.
Estamos no inverno. Nos dias sombrios o sol somos nós.
Tanto tarda a chegar o final desta praga do COVID. Por isso, ainda não abrimos as portas aos abraços, aos convívios alegres e descontraídos.
O caminho tem sido um imenso pedregal. Ir de pedra em pedra requer muita paciência e perícia para evitar quedas. Porém, as pedras são a ponte para atravessar o rio. Permitem-nos alcançar a outra margem. Quanto mais difícil a travessia, maior o contentamento de chegar.
É uma passagem que exige confiança em nós próprios e nos outros, companheirismo, saber dar as mãos.
Os que seguem connosco e ao nosso lado têm rosto e têm nomes. Juntos escrevemos as páginas do diário de viagem.
Cada um escolhe as palavras que brotam da alma. Algumas são remédio, são bálsamo, erguem-nos do chão.
Os que correm ao longo de toda a caminhada não têm tempo para si, para os outros, para planear e concretizar, para saborear as coisas boas, para acreditar, para apreciar a beleza, para sonhar, para ver o invisível, para amar, para perceber que só temos uma vida e o mais importante é ser feliz.
Quantos de nós temos tempo para o essencial?
Quem não anda sempre apressado?
Em 2022 devemos introduzir pausas, não olhar tanto para o telemóvel, prestar mais atenção ao que nos rodeia, dar mais espaço à leitura, não nos deixarmos subjugar pela ditadura do tempo.
Todos vivemos em permanente movimento. Para alguns é um círculo: horas certas, os mesmos lugares, a mesma rotina, tudo acontece com uma grande regularidade.
Contudo, em cada dia há algo para aprender, recursos que existem dentro de nós para explorar. Por que não experimentar flexibilizar o tempo que nos é dado? Ter capacidade de redescobrir, de ver o que estando à nossa frente nunca vimos, de pensar que nenhum momento se repete. Se o deixarmos fugir, perdemo-lo para sempre.
Ao nosso lado há muitos corações. Se não ouvirmos apenas o bater do nosso, seremos protagonistas de uma história bonita em 2022.
Podemos até ganhar asas e voar. Nas alturas o horizonte é mais vasto, o ar mais leve e mais próximo das estrelas.
Não há limites para inventar e reinventar o tempo. A imaginação e a vontade levam-nos onde nunca sonhámos ir.
Feliz Ano Novo