Entrevista: “A ADCPN não deve nada a ninguém”

 Entrevista: “A ADCPN não deve nada a ninguém”

A fechar o primeiro ano do mandato como presidente da Associação Desportiva e Cultural de Proença-a-Nova, Carlos Proença, traçou, em conversa ao Jornal de Proença, quais os objetivos da próxima época, falou sobre as dificuldades encontradas no momento de construir equipas de formação e aquilo que pode, ou deve, mudar num futuro próximo. Carlos Proença está hoje na Grande Entrevista do Jornal de Proença.

Jornal de Proença (JP) – Quais são os principais objetivos desta direção?

Carlos Proença (CP) – O nosso foco é sempre a formação, mantemos a equipa sénior, como é evidente temos de a manter porque temos o apoio da Câmara para tudo isso. É tentar as melhores classificações na formação, essencialmente. Os treinadores é tudo gente licenciada, que também pretendem formar “homens”. Este ano, a nível de classificações temos todas as equipas apuradas para a fase seguinte a disputar campeonatos, exceto os juvenis, que ficaram em sétimo lugar. Temos bons resultados e temos muitos miúdos, que é esse o nosso principal objetivo.

JP – Ainda assim, falta o escalão de juniores. A que se deve esta ausência?

CP – Os poucos juniores que nós tínhamos integramo-los na equipa sénior e depois não há miúdos suficientes. Hoje em dia para jogar futebol não se pode treinar só à sexta-feira, é sempre um escalão complicado. Vamos ver se conseguimos para o próximo ano. Mas não é só neste escalão, nos Iniciados tivemos de recorrer a miúdos de Vila Velha de Ródão, porque eles não tinham equipa e nós não conseguíamos formar uma equipa. Vêm ainda dois rapazes da Sertã.

JP – O caminho passa também por ir buscar jovens a outros concelhos?

CP – É impensável não fazermos mais que um escalão. Os juniores admito que não façamos, agora escalões a baixo disso não pode acontecer. Houve outros anos em que optámos por fazer equipa de futsal, o objetivo é fazer todos os escalões, mas se tivermos de recorrer a rapazes das proximidades é o que faremos. Essencialmente não queremos que os que cá estão fiquem sem jogar, sem participar… daí termos trazido estes miúdos de fora.

JP – Haverá outros desportos que o clube esteja a pensar integrar?

CP – Este ano erámos para reiniciar a patinagem. Antes da pandemia tínhamos cerca de 30 alunos na patinagem artística, vinha uma professora da Sertã, que, entretanto, já não está disponível para vir dar aulas. Como imagina é complicado arranjar professores, vou tentar arranjar uma solução aqui próxima, mas talvez só para a época seguinte, é o que temos em mente.

JP – O futsal, só em último caso?

CP – Hoje, e como o Núcleo está em atividade, não queremos entrar em choque com ninguém. Se não tivermos atletas para fazer futebol de 11, falaremos com o Núcleo e eles farão equipa desse escalão. Se por acaso o Núcleo não fizer, fazemos nós e assumimos essa responsabilidade. O importante é o que os miúdos não fiquem sem essa oferta.

JP – Com as novas instalações de balneários, haverá maior capacidade?

CP – Quem se mete em obras, mete-se em trabalhos. A obra já era para estar feita, entretanto pediram mais tempo. O empreiteiro garante que no fim de fevereiro estarão prontos. A remodelação dos atuais ficarão para depois, vamos confiar. Quando fazemos encontros de petizes e traquinas chegam muitas equipas e não temos onde as receber. Até a um sábado de manhã às vezes decorrem dois jogos perto um do outro. Até nessa logística é mais complicado, portanto sim, haverá mais capacidade, sem dúvida.

JP – Falando em relação ao desporto feminino, como está a situação?

CP – Já tivemos mais meninas do que as que temos agora. Em todos os escalões penso que só tenhamos uma… Não sei, devem praticar outras atividades, porque acredito que as pratiquem. Tínhamos uma menina que foi para a Sertã e outra que deixou de jogar. Não há grandes hipóteses de pensar em fazer uma equipa de futebol feminino, se surgir será mais tarde. Esperemos que os pais percebam que o futebol não faz mal às meninas e que apareçam mais por cá, porque nunca tivemos condições para constituir uma equipa.

JP – Sejam rapazes ou raparigas, haverá outra forma de atrair estes jovens?

CP – Tínhamos pensado inicialmente em fazer um Centro de Estudos, por cima dos balneários, mas a verdade é que o dinheiro é curto e não temos condições para, nesta fase, fazer uma sala para esse efeito. Essa seria uma forma de os atrair, fazia-se um ATL e provavelmente vinham mais ainda, tanto meninos como meninas. Temos de nos cingir às condições que temos.

JP – Também é preciso atrair público, pode ainda haver mais pessoas a ver?

CP – Sim, claro que pode. Agora até temos uma claque, os “Lobos das Neves”, que se estão a portar lindamente. Podiam fazer ainda mais barulho (risos), mas estão muito bem, porque animam a equipa e não se metem com ninguém. São uma série de rapazes e raparigas, e talvez isso contribua para que apareça mais gente. É tudo dependente dos resultados, se são bons, aparece mais gente, se não são, aparece menos. Nas outras camadas, nas jovens, tenho pena que não apareçam mais. Há jogos em que os pais não estão cá. Imagine que temos 16 miúdos e não há 16 pais.

JP – Sente que isso acaba por afetar a motivação dos próprios jovens?

CP – Claro que sim, se eles virem uma casa cheia têm evidentemente mais motivação. Deixo esse apelo para que venham acompanhar os jogos. Deixar a nota final de que a ADCPN não deve nada a ninguém, não sei se haverá muitos iguais por aí. Estamos bem classificados e tratamos muito bem os miúdos, tenho pena que os pais não venham e não se inteirarem mais da vivência dos seus filhos aqui.

Para si... Sugerimos também...

1 Comentário

  • o que tenho a dizer é que o meu amigo Carlos Proença está a fazer um trabalho espetacular
    é difícil no momento que atravessamos com toda essa pandemia manter os miúdos em atividade é obra bem-haja amigo Carlos que não te falte coragem para levar a bom porto esse trajeto. Parabéns

Deixe o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscreva a nossa newsletter