Discurso de ódio. De Ódio?

De há uns tempos a esta parte ouvem-se umas vozes indignadas que reclamam clemência, apelam à igualdade, e cerceiam todo e qualquer hipotético gesto de racismo ou afins. É no Parlamento, é nos programas das escolas, é em alguns órgãos de informação.
Perdoe-me o leitor amigo, mas há coisas que não consigo compreender, perceber ou integrar.
Somos um país em que há séculos vivem pessoas de todos os cantos do mundo, cada um com as suas tradições, culturas, hábitos alimentares, estilo de vestir próprio, mas sempre num adequado comportamento de respeito pelos locais, tal como estes mostram uma atitude de completa adesão aos milhares e milhares de emigrantes que aqui se vão acolhendo, procurando trabalho, refúgio, paz e tranquilidade.
Vivo numa zona multicultural, na rua, nos cafés, nas compras, na farmácia, na Igreja todos estão em harmonia e sintonia. Muitos amigos e familiares partilham desta minha opinião e sabemos que com educação e respeito a vida vai fluindo no seu ritmo próprio.
Quando vejo ou ouço alguns falarem constantemente em ódio e racismo eu interrogo-me: mas por onde andarão estas pessoas, que meios frequentam, que amizades partilham, para se sentirem tão acossadas, numa atitude que nunca foi comum nos portugueses de Portugal?
Não haverá por aí alguma mania da perseguição, ou algumas leituras pouco adequadas, se não mesmo desfasadas da nossa realidade? Ou será mesmo o ódio e o racismo que habita nalgumas mentes, transmitindo os seus fantasmas psicológicos para um povo de brandos costumes, com uma história e um passado invejável em termos multiculturais, de aceitação, integração e interacção?
Ou talvez alguns desconheçam as páginas da nossa História, epopeica e magnânima, educadora de todas as gerações, excepto daquelas que recusam o seu conteúdo, o desconhecem, o negam ou o vilipendiam.
*Artur Pereira dos Santos