D. Pedro preside a Conselho Pastoral Diocesano

 D. Pedro preside a Conselho Pastoral Diocesano

Reflexão sobre Desafios e Futuro da Diocese

No dia 29 de novembro de 2025, o Conselho Diocesano da Pastoral reuniu-se na Casa Diocesana de Mem Soares para uma sessão marcante, a primeira presidida pelo novo Bispo, D. Pedro Fernandes.

O encontro, que juntou representantes de diversos secretariados e realidades pastorais, teve como foco a reflexão sobre o futuro da diocese e os desafios colocados pela realidade contemporânea.

O Apelo à Conversão Sinodal

D. Pedro Fernandes iniciou a reunião partilhando as suas expectativas para o trabalho do Conselho, sublinhando o objetivo de promover uma verdadeira conversão sinodal em toda a Diocese.

Inspirado no Documento Final do Sínodo dos Bispos, o Bispo apelou ao fortalecimento da corresponsabilidade e à reorganização da ação pastoral com base na escuta, na comunhão e na missão.

O desafio de traduzir a sinodalidade em ações práticas foi um dos pontos centrais da sua intervenção. D. Pedro incentivou a que se olhasse para dentro, discernindo a vontade de Deus sem receios ou apegos a estruturas do passado, questionando: “A que é que Deus nos chama hoje?

“Recorrendo à espiritualidade inaciana, o Bispo lembrou a importância de distinguir fins e meios na ação pastoral, salientando que o objetivo último é servir a Deus.

Vivemos tempos de “metamorfose e mudança”, que exigem uma análise e interpretação à luz do Espírito Santo, mantendo a fidelidade ao essencial do Evangelho.

Desafios Reais e a Necessidade de Refundação

A realidade da Diocese de Portalegre-Castelo Branco apresenta desafios complexos, que foram amplamente discutidos. D. Pedro Fernandes sublinhou a necessidade de enfrentar problemas reais, como a dispersão das comunidades, o envelhecimento, o despovoamento e a crescente secularização.

As infraestruturas diocesanas, muitas vezes sobredimensionadas face às necessidades atuais, também requerem uma redefinição de funções e manutenção cuidada.Em síntese, o Bispo reforçou a urgência de uma refundação pastoral e missionária, realizada “a partir de dentro”, numa atitude de escuta do Espírito, que conduza à liberdade interior e à mudança desejada por Deus.

A Voz dos Secretariados: Reptos e Realidades

No ponto “Uma Diocese e os seus desafios pastorais”, os conselheiros apresentaram as realidades com que os diversos secretariados se debatem:

  • Complexidade Territorial: A ausência de um centro claramente definido (nem Portalegre nem Castelo Branco parecem assumir essa função) dificulta a concretização do Plano Pastoral em atividades agregadoras.
  • Catequese: Diminuição progressiva do número de inscritos e de paróquias com catequese, e redução da participação em iniciativas formativas.
  • Pastoral Social e Mobilidade Humana: Proposta de criação de um canal de comunicação entre secretariados e paróquias para facilitar a recolha de dados e a mobilização de voluntários.
  • Liturgia: Destaque para o sucesso da organização da Ordenação Episcopal.
  • Pastoral Juvenil: Realce para a adesão ao Jubileu Jovem da Diocese e o reforço da equipa com novos membros.
  • Meios de Comunicação: Desafios relacionados com a falta de meios e de interlocutores locais para uma produção regular de notícias, e as influências do mundo virtual e da Inteligência Artificial.
  • Missões: Necessidade de reforçar o trabalho conjunto e cooperativo entre os agentes pastorais.
  • Ensino da Educação Moral e Religiosa Católica: Dificuldade em motivar os alunos para a disciplina e em potenciar os recursos disponíveis.

Proteção de Crianças e Jovens

Uma nota final importante foi a ênfase na necessidade de criar Códigos de Conduta comuns que salvaguardem a proteção de crianças e jovens e de adultos vulneráveis, em consonância com as orientações e respostas apontadas pelo Grupo Vita.

No encerramento da reunião, D. Pedro Fernandes agradeceu a participação e o contributo de todos, manifestando o desejo de conhecer melhor o trabalho de cada um dos presentes.

A primeira sessão do Conselho Diocesano da Pastoral com o novo Bispo lança as bases para um caminho de reflexão, discernimento e ação, com o objetivo de construir uma Igreja diocesana mais sinodal, missionária e atenta aos sinais dos tempos.

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