As luzes vão-se acendendo, o frio apertando e o Mundo festeja mais um Natal.

 As luzes vão-se acendendo, o frio apertando e o Mundo festeja mais um Natal.

Rua de Santa Cruz em Proença-a-Nova

Nossa Senhora está prestes a ser Mãe, quando qualquer mulher é mãe é sempre uma festa, mais uma vida, quanto mais Nossa Senhora que se prepara para dar à luz o filho de Deus.

Não deu a luz nem num palácio, nem numa casa. Deus tinha determinado que Seu Filho nascesse da forma mais pobre.

Júlio César tinha emitido um decreto de recenseamento. Sendo José da casa de David, tinham de se recensear em Belém e José e Maria puseram-se a caminho, já com Nossa Senhora grávida, numa viagem perigosa, 150 km cheios de grandes dificuldades, a sua confiança e entrega era total a Deus e aquela jornada era a Sua vontade; o presépio não é só um quadro bonito, é o exemplo para que a nossa entrega seja sempre de confiança e amor nos desígnios de Deus.

Jesus nasceu numa gruta sem sequer ter um berço para o acolher, José e Maria não tinham nada, mas estavam felizes porque sabiam o quanto Deus os protegia.

Preparemo-nos para esta época que nos traz esperança, sabemos que Jesus nasceu para nos salvar e nos ama em qualquer circunstância tudo o que precisamos; demos graças ao Senhor, embalemos o menino nos nossos braços e com a alegria na alma olhemos à nossa volta e façamos uma dádiva a quem mais precisa, pode ser simplesmente uma palavra de amor.

S. Josemaria, Santo do quotidiano, Santo das pequenas coisas, escrevia no seu livro Cristo que passa, ponto 111:

“compreende-se muito bem a impaciência, a angústia e os anseios inquietos daqueles que, com a alma naturalmente cristã, não se resignam perante as situações de injustiça individual e social que o coração humano é capaz de criar. Tantos séculos de convivência entre os homens, e ainda tanto ódio, tanta destruição, tanto fanatismo acumulado em olhos que não querem ver e em corações que não querem amar! Os bens da Terra, repartidos entre muitos poucos; os bens da cultura, encerrados em cenáculos; vidas humanas -que são santas, porque vêm de Deus – tratadas como simples coisas, como números de uma estatística. Compreendo e partilho dessa impaciência, levantando os olhos para Cristo, que continua a convidar-nos a pôr em prática o mandamento novo do amor”.

E todos os natais somos convocados para este mandamento; nestes momentos em que parece que nós temos de nos fechar em casa devido à pandemia, estejamos atentos aqueles que pouco têm e ao quanto podemos retribuir esta dádiva de Deus – a entrega do seu filho que nasceu numa gruta para nos salvar.

“Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus que fez os Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio, porque não havia outro sítio na Terra para o dono de toda a criação!”

Cristo que passa, ponto 18

O Santo Padre escolheu esta altura do ano para ir confortar os migrantes da ilha de Lesbos, Grécia, irmãos desfavorecidos que pouco ou nada tem, escorraçados pelas sociedades, também sem casas, com muitas crianças que pouco pedem, mas que tem direito a mais.

Vimos, mesmo assim o quanto sorriam, o quanto os seus corações se enchiam de esperança por aquele homem Santo vestido de branco que se demorava a acarinhar cada uma delas.

O Papa gritou, acho que é o termo certo, para todos os países

“migração, paremos este naufrágio de civilização”.

Ponhamos esta prece no sapatinho, Jesus acudi a este flagelo.

Vivamos este Natal com a Virgem mãe de Jesus e nossa Mãe.

*Ana Maria Figueiredo – Pintora

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