Arte, história, cultura e fé

«A arte, e a arte religiosa em particular, pode ser portadora de uma mensagem de misericórdia, compaixão e encorajamento não só aos crentes, mas também àqueles que duvidam, que se sentem perdidos, sem certezas ou talvez sós», afirmou o papa esta quinta-feira, antes de sublinhar que «a arte regenera o espírito humano, assim como a água regenera o deserto seco e árido».
Na audiência aos Patronos das Artes dos Museus do Vaticano, Francisco agradeceu aos mecenas a «importante obra de conservação e restauro do património artístico e cultural dos Museus do Vaticano», compromisso que expressa «um sinal concreto do apreço pela potencialidade que as artes têm nas suas múltiplas formas, de abrir as mentes e os corações à beleza da criação e à riqueza misteriosa» da vida humana e do chamamento que Deus a ela dirige.
«O trabalho de conservação para o qual contribuís, ao mesmo tempo que salvaguarda esta preciosa herança do passado, também convida as novas gerações a refletir sobre o nexo intrínseco entre arte, história, cultura e fé», declarou.
Francisco manifestou o desejo de que os «tesouros artísticos» das coleções do Vaticano, «nos quais se reflete a imensa diversidade de culturas, tradições e expressões criativas que enriquecem o mundo, possam continuar a inspirar, elevar e revelar as esperanças e as aspirações mais profundas do coração humano».
«A arte fala sempre à alma. Tem o poder de favorecer o reconhecimento da nossa humanidade comum, de construir pontes entre as culturas e os povos, e de criar aquele sentido de solidariedade» num mundo dele necessitado, particularmente no atual contexto «tristemente dividido e lacerado pelas guerras».
A história dos Patronos das Artes é «inspirada, além do amor pelas artes, pela convicção de que cada geração tem a responsabilidade coletiva de salvaguardar e preservar o inestimável património» que lhe foi confiado.
Esta identidade concretizou-se nas «importantes obras de restauro realizadas nas últimas quatro décadas e, de modo particular, durante os anos de confinamento devidos à pandemia», recordou o papa.
Rui Jorge Martins, Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé, Imagem, Publicado em 10.11.2023