Ao lado dos dos jovens não se envelhece

 Ao lado dos dos jovens não se envelhece

Com certeza que não será ao lado dos que, distraída ou voluntariamente, fazem da vida uma autoestrada para lado nenhum e insistem em percorrê-la!

Tal como todos, são ‘terra sagrada’, portadores ‘de sementes de vida divina’, dignos de todo o respeito, sem dedo em riste, sem julgamento, com amor.

No entanto, a própria sociedade, olhando com olhos de ver e querendo implementar o bem e o bom, interroga-se sobre o quê e como fazer para os ajudar a discernir e a concluir, em liberdade, que há outras estradas muito mais belas e realizadoras, com metas e pódio para a coroa da vitória.

Triste seria se, embora só viessem a ser enterrados daqui a noventa, cem ou mais anos, triste seria se alguém, jovem, fazendo ouvidos moucos a si próprio e aos outros, viesse a optar pela ‘aposentação’ precoce ou por ‘morrer’ antes de tempo, como diz não sei se o outro se a outra, mas tenho cá um palpite que terá sido a mariquinhas quem o disse, ihihihihi.

Isso aconteceria, se, com 17, 18, 20 ou mais anos, algum jovem deixasse de sonhar, sendo o sonho que comanda a vida.

Custa-me acreditar que haja jovens que já calçaram as pantufas e vestiram o robe para se espraiarem no sofá, que entorpece, ou já decidiram deixar-se envelhecer por caminhos outros ao sabor de repentes! Não é justo que eles mesmos se imponham a si próprios esta visão de vida! É pobre demais!

Embora, por certo, os tenham e bem tratados, se isso acontecesse, nestes tempos tão desafiantes e promissores, seria caso para chamar à liça o provérbio e dizer com o povo: foi ‘dar nozes a quem não tem dentes’!

Quando os jovens são ‘o hoje de Deus’, os espiões do amanhã e os ‘coreógrafos da dança da vida’; quando são ‘desejosos de sentido e de futuro’, ‘empreendedores de sonhos e não gestores de medos’; quando se assumem como verdadeiros ‘protagonistas da mudança’, com energia, audácia e criatividade; quando são ‘jovens com raízes’, com um raizame que os fortalece e faz ‘crescer, florescer e frutificar’; quando procuram e tudo arriscam, ao lado desses jovens ninguém consegue envelhecer, mesmo que a idade avance e reclame bengala ou canadianas.

Eles reviram o mundo de pernas para o ar, contagiam. A sua presença e ação envolvem toda a gente, não permitindo que o entusiasmo dos outros esmoreça nos bons e menos bons frenesins e rebuliços da festa da vida!

No seguimento da Jornada Mundial da Juventude, o hoje do mundo e da Igreja precisa destes jovens arautos da esperança. Precisa de jovens jovens e em saída, que estimulem e contagiem, que dinamizem e entusiasmem, que congreguem e promovam o bem comum, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo.

Cristo continua a ser o Jovem mestre mais influente e inovador de todos os tempos, com as únicas armas do amor e da amizade levadas até ao extremo. Ele é sempre jovem e vive, quer-nos vivos, felizes e ativos.

E seja qual for a direção, a qualidade e a paisagem dos nossos caminhos, Jesus faz-se companheiro de viagem, e, se quisermos, Ele ajuda-nos a endireitar as veredas em direção à meta e ao pódio… Como disse Sebastião da Gama “Meu caminho é por mim fora, até chegar ao fim de mim e encontrar-me com Deus”.

Na Exortação Apostólica ‘Cristo Vive’, o Papa Francisco fala duma pastoral juvenil que implique “duas grandes linhas de ação. Uma é a busca, a convocação, o chamamento, capaz de atrair novos jovens para a experiência do Senhor.

A outra é o crescimento, o desenvolvimento de um caminho de amadurecimento daqueles que já fizeram essa experiência”. Por todo o capítulo sétimo desse documento, Francisco dá valiosas pistas para que a pastoral juvenil possa ser uma pastoral missionária onde toda a comunidade se envolva, dando maior protagonismo aos jovens.

Trata-se “de mobilizar a astúcia, o engenho e o conhecimento que os próprios jovens têm da sensibilidade, da linguagem e das problemáticas dos outros jovens”.

No referente à primeira grande linha de ação, a BUSCA, Francisco, dando-lhes liberdade de ação, confia “na capacidade dos próprios jovens, que sabem encontrar os caminhos atraentes para convidar. Sabem organizar festivais, competições desportivas, e sabem também evangelizar nas redes sociais com mensagens, canções, vídeos e outras intervenções (…).

Nesta busca, deve-se privilegiar a linguagem da proximidade, a linguagem do amor desinteressado, relacional e existencial que toca o coração, atinge a vida, desperta esperança e anseios (…).

A linguagem que os jovens entendem é a de quantos dão a vida, a daqueles que estão ali por eles e para eles, e a de quem, apesar das suas limitações e fraquezas, se esforça por viver coerentemente a sua fé”.

Quanto à segunda grande linha de ação, o CRESCIMENTO, Francisco faz uma advertência importante. Ele afirma que, em alguns lugares, acontece que, depois de os jovens terem feito uma experiência intensa de Deus, um encontro com Jesus que tocou o seu coração, são-lhes propostos encontros onde se abordam apenas questões doutrinais e morais.

“Resultado: muitos jovens aborrecem-se, perdem o fogo do encontro com Cristo e a alegria de o seguir, muitos abandonam o caminho e outros ficam tristes e negativos. Acalmemos a ânsia de transmitir uma grande quantidade de conteúdos doutrinais e procuremos, antes de mais nada, suscitar e enraizar as grandes experiências que sustentam a vida cristã”.

É certo que “qualquer projeto formativo, qualquer percurso de crescimento para os jovens deve, certamente, incluir uma formação doutrinal e moral. De igual modo é importante que aqueles estejam centrados em dois eixos principais: um é o aprofundamento do querigma, a experiência fundante do encontro com Deus através de Cristo morto e ressuscitado; o outro é o crescimento no amor fraterno, na vida comunitária, no serviço”.

E alerta: “seria um erro grave pensar que, na pastoral juvenil, “o querigma é deixado de lado em favor duma formação supostamente mais “sólida”. Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio. Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne”.

Por isso, a pastoral juvenil deve incluir sempre “momentos que ajudem a renovar e aprofundar a experiência pessoal do amor de Deus e de Jesus Cristo vivo. Fá-lo-á valendo-se de vários recursos: testemunhos, cânticos, momentos de adoração, espaços de reflexão espiritual com a Sagrada Escritura e, inclusivamente, com vários estímulos através das redes sociais. Mas nunca se deve substituir esta experiência feliz de encontro com o Senhor por uma espécie de ‘doutrinação’” (CV209-215).

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