Albertina, a Generosa
No mês de maio, relembro Maria Albertina da Silva Carvalho, mãe do padrinho João Luís.
Dizem que morremos duas vezes, a primeira quando o nosso coração para de bater e a segunda quando deixam de contar as nossas histórias.
Albertina nasceu na Sertã, filha de dois Proencenses, João da Silva Carvalho Tavares, ilustre comerciante, político e proprietário, e de Delfina Maria Adelaide da Silva Carvalho, professora de instrução primária.
Casou com Sebastião Farinha Tavares, o último administrador do Concelho de Proença-a-Nova até à proclamação da República.
Viveu entre a Vila da Sertã e a Aldeia do Vergão, sempre ouvi dizer que era generosa, ofereceu o terreno para a construção da Escola Primária e do Lagar de Azeite da aldeia.
Que descia do seu cavalo caso visse um bago de milho ou uma azeitona no chão, que usava o búzio para chamar os seus trabalhadores.
Era seu o móvel que recuperei, todo em madeira de castanho, e foi nesse móvel que as únicas coisas que encontrei intactas foi a sua foto ainda muito jovem e dois jornais Voz da Beira (Semanário Independente _Certã) de 20 e 27 de Junho de 1914.
O primeiro com a notícia do falecimento de seu pai e o segundo com a notícia detalhada do funeral.
“Felizes os que podem transmitir aos seus, por entre o aromas das violetas e dos lírios sepulcraes, a herança d’ uma memória exalçada à admiração de todos, pelo cunho d’ um caracter sem mancha.
Continua a ser depois da sua morte o mesmo vulto moral para todos: sempre grande, sempre generoso, sempre bom…”
As flores silvestres são da sua sempre Lameira, propriedade no coração da Aldeia do Vergão.