A Santidade no pequeno

 A Santidade no pequeno
Raquel
Raquel Ruiz – Esposa, Mãe e Mestre em Direito

Dizes-me: quando se apresentar a ocasião de fazer algo de grande… então sim! – Então! Pretendes fazer-me crer, e crer tu seriamente, que poderás vencer na Olimpíada sobrenatural, sem a preparação diária, sem treino?” (Caminho, 822)

A grande alegria, e também grande desafio, que os ensinamentos de S. Josemaria Escrivá de Balaguer, fundador do Opus Dei, me apresentaram, é que não devemos esperar grandes acontecimentos ou grandes provas, nem tribulações, para ser santos.

Ajudou-me a perceber que, verdadeiramente, a santidade está nas coisas pequenas, naquelas em que ninguém repara, com que ninguém se importa, só Deus. Que devemos pôr todo o nosso amor em tudo aquilo que fazemos, elevando os nossos olhos ao Céu, embora estejamos com os pés bem na terra, a fazer as tarefas cotidianas. Porque a grande maioria de nós vai passar pelo mundo sem fazer nada de extraordinário, com uma vida perfeitamente normal, mas infinitamente preciosa aos olhos de Deus. Uma vida cheia de loiça para lavar, sorrisos para oferecer, birras para acalmar, abraços para dar, brinquedos para arrumar, maridos para compreender, compras para fazer, esposas para escutar, roupa para organizar, amigos para acolher e trabalhos para entregar.

Atrever-me-ia a dizer que mesmo aquelas pessoas que realizaram e realizam grandes tarefas na vida, cientistas que descobriram importantes progressos, médicos que salvam numerosas vidas, artistas, políticos que melhoraram a sociedade, intelectuais… todos eles, se ganham o Céu, será pela sua fidelidade e amor nas coisas mais pequenas e não pelo sucesso da sua proeza.

Até porque Deus não se importa tanto com o resultado e sim com a nossa lealdade, como reflete o Evangelho na parábola dos talentos. A cada um de nós deu-nos uns talentos, muitos ou poucos. O importante é a fidelidade com que pomos a render estes talentos que nos foram confiados. Com esse amor fiel ao Senhor, Deus fará coisas grandes, muitas vezes sem nós nos apercebermos. Assim o expressou também S. Josemaria:          

“Não te esqueças: muitas coisas grandes dependem de que tu e eu vivamos como Deus quer.” (Caminho, 755).

Esta ideia, de que as grandes partidas se ganham nos treinos diários, tão lógica no mundo do desporto, do estudo, da música, e até dos relacionamentos humanos, foi aplicada ao mundo espiritual pelo fundador do Opus Dei, ensinando aos seus filhos e amigos que tudo o que fazemos, se o fazemos por amor a Deus, é oração e ocasião de encontro com Cristo. Gostaria, para finalizar, também seguindo os ensinamentos do S. Josemaria, de fixar o nosso olhar na Rainha do pequeno, a Nossa Mãe. Ninguém como Ela para nos demonstrar a grandeza de uma vida oculta no quotidiano. Resulta assim natural, conhecendo a devoção e o amor que S. Josemaria tinha por Nossa Senhora, que este santo tivesse muito em conta as coisas pequenas (Caminho, 818).

Para si... Sugerimos também...

Deixe o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscreva a nossa newsletter