A batalha do absurdo
Desde o seu início que o movimento comunista se preocupou com a linguagem, sabendo como ela seria importante para moldar as ideias.
Em consequência da ideologia de António Gramsci, a transformação do significado da linguagem política tem sido o principal legado da esquerda, dando origem a expressões que tendem a marginalizar e condenar os opositores da elite comunista, com a firme convicção de que podem mudar a realidade se mudarem as palavras.
Esta nova arquitetura linguística, originaria “mentiras cristalizadas ” passando o sucesso da Novilíngua a exercer um efeito mágico sobre a realidade, anulando todo e qualquer sinal ou tentativa de argumento racional.
Tendo como arma esta estratégia e com a força das novas palavras, os pensadores de esquerda jamais ousaram falar verdade, e persistindo sempre num discurso cada vez mais desconstrutivo e autoritário, foram legitimando as suas incoerências, esvaziando a Humanidade de sentido, conduzindo-a para um vazio existencial, num mundo onde já nada existe de real em que se possa acreditar.
A guerra das palavras ou a batalha do absurdo surgiu no período da Primeira Guerra Mundial e durante um século foi-se desenvolvendo, tomando posse da cultura e de toda a intelectualidade, excepto a conectada com a esquerda.
A Novilíngua é uma ferramenta poderosa que corrói a sociedade, deforma a realidade, corrompe as Letras e as Artes e subverte as relações humanas, pois o seu objectivo é a destruição de tudo o que existe na essência da Humanidade.
Cientes do seu poder de controlo do pensamento pela palavra e consequente segregação, no final da década de 2010, grupos associados a causas de políticas de esquerda progressista, recorreram à “cultura de cancelamento”, uma espécie do “politicamente correcto”, como forma de imporem e controlarem com mais eficácia a linguagem.
O termo Woke tornou-se sinónimo de ideologias liberais ou de esquerda, que defendem de um modo distorcido, temas como igualdade racial e social, feminismo radical, o movimento LGBTQIA+, o uso de pronomes de género neutro, o multiculturalismo, o activismo ecológico, o direito ao aborto, à mudança de sexo e à eutanásia.
O movimento Woke não é relativista, mas autoritário, considera o adversário não só como estando errado, mas como alguém que encarna o mal, um inimigo a abater, pois só confiam nos seus “fiéis especialistas”. Este movimento não dialoga, estigmatiza. O seu objetivo é o completo desmantelamento da cultura ocidental.
A suspeita que se espalha sobre quem nega o politicamente correto conduz à sua marginalização, a ser silenciado, demonizado e até ser expulso do seu trabalho ou da sua universidade, numa palavra – cancelado.
Se não for combatido e controlado, as consequências da sua implementação podem levar a uma completa anulação da cultura ocidental, enfraquecendo nações, tradições, valores e democracias.
Face à ditadura Woke, sejamos corajosos em não aceitar a mentira como verdade, ou verdade como mentira.
Não entremos em consensos com esta “cultura de cancelamento”, não assumamos as culpas que nos queiram imputar, não cedamos a chantagens de controlo do pensamento, nem deixemos que com o nosso silêncio esta estratégia cultural extinga a nossa Cultura e Humanidade.